Procurador-Geral de Justiça e presidente do GNCOC fala sobre prejuízos provocados pela corrupção em encontro nacional

O Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de Rondônia, Héverton Alves de Aguiar, presidente do Grupo Nacional de Combate ao Crime Organizado (GNCOC)...

Publicada em 27 de November de 2014 às 09:33:00

O Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de Rondônia, Héverton Alves de Aguiar, presidente do Grupo Nacional de Combate ao Crime Organizado (GNCOC) proferiu palestra do Encontro Nacional: Combate à Corrupção e Transparência de Estados e Municípios, que teve início na terça-feira, dia 25 de novembro, e encerrou-se nesta quarta-feira, dia 26 de novembro, na sede do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em Brasília.


Ao fazer um relato histórico da corrupção no Brasil, desde o período colonial até os dias de hoje, Héverton Alves de Aguiar ressaltou que os cálculos do custo real da corrupção no Brasil são imprecisos. Porém, segundo o presidente do GNCOC, levantamentos apresentados na Organização Mundial de Parlamentares contra a Corrupção (GOPAC) revelam a extraordinária quantia de aproximadamente R$ 100 bilhões por ano, através da nociva prática de utilizar verbas públicas em benefício próprio. Esse valor representa quase 2,3% do PIB nacional. “É preciso enfrentar a causa, buscar essa gênese, e um encontro como este é o momento ideal para esse tipo de discussão”.


Em sua fala, o presidente do GNCOC acrescentou que “como podemos ver em todas as gerações nosso povo conviveu e convive com a corrupção, o que provocou a relativização dos princípios éticos e morais da sociedade. Nosso maior desafio, no meu sentir, e combater essa institucionalização da corrupção é combater a corruptocravia no seio social”.
Héverton Aguiar ressaltou também que a corrupção não é um sinal característico de um regime ou uma forma de governo específicos e sim “decorrência natural do afrouxamento moral, da desordem e da degradação dos costumes, do sentimento de impunidade e da desenfreada cobiça por bens materiais, da preterição da ética e do exercício reiterado e persistente da virtude, substituindo-se pelas práticas consumistas e imediatistas tão caras ao hedonismo”.

Além do Procurador-Geral de Justiça do MPRO, participaram da mesa de abertura do evento os conselheiros do CNMP Cláudio Portela, Jefferson Coelho, Antônio Duarte e Leonardo Carvalho; o Procurador-Geral do Trabalho, Luís Antônio Camargo; o Procurador-Geral de Justiça interino do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), José Firmo Soub, e o coordenador da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão - Combate à Corrupção no Ministério Público Federal (MPF), Subprocurador-Geral da República, Nicolau Dino.

O evento, promovido pelas comissões de Defesa dos Direitos Fundamentais (CDDF) e de Planejamento Estratégico (CPE) do CNMP, tem como objetivo viabilizar o diálogo entre membros do Ministério Público de todo o País sobre a temática do combate à corrupção e a transparência, bem como consolidar os resultados institucionais de projetos e iniciativas desenvolvidos nessa área pelas diversas unidades do Ministério Público, enfatizando o papel estratégico do Ministério Público brasileiro na repressão à corrupção e na defesa do patrimônio público.