A briga pela presidência da ALE

Valdemir Caldas

Publicada em 08/11/2012 às 14:02:00

Foi dada a largada da corrida para a escolha da mesa diretora da Assembléia Legislativa de Rondônia, para o biênio 2013/2014. O deputado Neodi de Oliveira (PSDC – Machadinho D’oeste) foi o primeiro a manifestar-se publicamente sobre o assunto. E o fez da tribuna da casa, na sessão de quarta feira (7), para desmentir boatos de que pleitearia novamente o cargo ocupado, hoje, pelo seu colega José Hermínio Coelho (PSD – Porto Velho).

O discurso de Neodi, evidentemente, deve ter soado como melodia agradável aos ouvidos de Coelho, que não vem medindo esforços para continuar sentado na cadeira que ganhou de mão beijada do ex-presidente Valter Araújo. Isso mostrar, entre outras coisas, que o poder é fascinante, anestesiante e, às vezes, deformante, como já disse alguém.

A população, no entanto, não parece nem um pouco interessada nesse e noutros assuntos que digam respeito ao funcionamento do legislativo estadual, exceto, é claro, quando explode um escândalo, como o que foi descoberto pela Polícia Federal, durante a Operação Termópilas, dentre outros episódios vergonhosos, que marcaram o cotidiano daquele poder.

Há quase dois anos no posto, o presidente Coelho ainda não disse a que veio. Exceto pelo fato de haver pagado benefícios a servidores efetivos, aos quais tinham direito, nenhuma medida de impacto capaz de reflitir na melhoria da qualidade de vida da população, apesar de alardear, pelos quatro cantos do estado, que, em nenhum momento da história recente do legislativo, outro presidente fez o que estaria fazendo para passar a imagem da ALE a limpo.

A humildade e a prudência, contudo, recomendam, no caso de Coelho, e tomando por base o que aconteceu com outros presidentes daquela casa, que não resistiram à tentação do vil metal, cuidado com o que fala.

Entretanto, independente de quem comandará a ALE, nos próximos dois anos, terá, primeiramente, que mostrar serviço para tentar apagar a imagem negativa de que desfruta aquele poder junto à população. A progressiva perda da credibilidade da instituição precisa compor o mosaico das preocupações de quem a venha presidi-la.

A irresponsabilidade, na ação parlamentar, tem sido maior do que a vontade de muitos que lá têm assento em cumprir as tarefas para as quais foram eleitos. É essa incúria parlamentar e um profundo desapreço à ética, que produziram o quadro de atual desconfiança.