A caminho da penitenciária

Valdemir Caldas

Publicada em 24 de September de 2016 às 08:54:00

O juiz Sérgio Moro aceitou a denúncia contra o ex-presidente Lula, apresentada pela força-tarefa da operação Lava Jato. O ex-presidente é apontado como chefe da quadrilha que surrupiou milhões de reais dos cofres da Petrobrás. A mulher de Lula também foi citada na denúncia como beneficiada no esquema.

Isso era tudo que Lula e seus advogados mais temiam. O petista sabe que, nas mãos de Moro, terá o mesmo fim dos “companheiros” José Dirceu, João Cavari Neto, Nestor Ceveró, e do amigo e pecuarista José Carlos Bumlai, acusado de viabilizar um empréstimo de 12 milhões de reais no Banco Schahin para o PT em troca de um contrato de US$ 1,6 bilhão, sem licitação, com a Petrobras.

Lula tem dito que confia na Justiça, mas, por precaução, tem-se cercado de bons advogados, pagos, evidentemente, a peso de ouro. Mas dinheiro não parece ser problema para o ex-presidente. Segundo a revista Veja, entre 2011 e 2014, Lula e sua empresa de palestra receberam mais de 55 milhões de reais de empresas envolvidas no petrolão.

Em sua mais recente aparição, Lula procurou encarnar a imagem do salvador da pátria, do homem que arrancou o país das trevas da pobreza e o colocou no cenário mundial, como sinônimo de respeito e credibilidade, mas as denuncias de corrupção acabam contrastando com o discurso do petista.

Quem diria que um dos líderes políticos mais populares do Brasil chegaria ao ponto em que chegou o ex-presidente Lula, alvo de chacota e prestes a terminar seus dias de vida atrás das grades, onde já se encontram velhos “companheiros” de luta.

Durante sua fala, Lula foi às lágrimas, prova de que o fracasso torna algumas pessoas mais humildes. É a dor que ensina gemer. E Lula tem sofrido. Não era isso que seus eleitores esperavam de seu ex-presidente.

As promessas e os projetos de um país melhor para todos foram arrastados pela corrupção. Lula foi apenas mais um a decepcionar, a pisar na bola, a meter os pés pelas mãos e a confundir o público com o privado. E o resultado não poderia ter sido diferente. Por isso, hoje, está às portas da penitenciária.