A delícia de ser ateu e alcoólatra

Professor Nazareno*

Publicada em 05 de December de 2013 às 18:02:00

Para muitas pessoas, o fato de alguém não acreditar em Deus ou simplesmente ingerir bebidas alcoólicas pode ser visto como defeitos imperdoáveis do ser humano. Mas pode ser engano se levarmos em consideração algumas circunstâncias envolvendo essas duas ações tão comuns a nós mortais. Esses dois adjetivos podem ser “do bem” desde que vistos, digamos, por outro lado mais otimista. “Encher a cara” e “tomar umas e outras” não pode ser pecado, já que o primeiro milagre atribuído a Jesus Cristo foi exatamente o de, numa festa na Galileia, transformar a água em vinho. E se era vinho mesmo, como muitas pessoas acreditam e fazem questão de divulgar, devia ter álcool, pois sem essa “santa” substância não seria vinho e sim, apenas suco de uva. Embora alguns evangelistas como Mateus, Marcos e Lucas tenham negado isso.

O álcool não pode ser assim tão prejudicial ao nosso organismo como muitos ainda pensam. Sob o ponto de vista da lógica, leis secas nem deveriam existir. Pessoas sóbrias já cometeram mais imbecilidades e tolices do que muitos bêbados: à exceção talvez do russo Boris Yeltsin, que outro chefe de Estado declarou guerra a outro país quando estava bêbado? Todos estavam perfeitamente sóbrios. E quando Harry Truman, ex-presidente dos Estados Unidos, ordenou o bombardeio atômico ao Japão já derrotado durante a Segunda Guerra Mundial, certamente não estava bêbado também. Talvez se tivesse tomado uns “drinques” antes, o massacre desnecessário de civis inocentes em Hiroxima e Nagasaki tivesse sido evitado. Eu, por exemplo, não consigo produzir textos depois de tomar umas cervejas. Sempre estou sóbrio ao escrever. Alguém acredita?

Em relação ao ateísmo, é incrível a coincidência, mas dos cinco países em que há o maior número de ateus em suas populações encontram-se a Suécia, a Dinamarca, a Noruega e o Japão. São nações que dispensam qualquer comentário em relação ao nível cultural, qualidade de vida, paz, progresso e desenvolvimento de suas sociedades. Já na outra ponta da lista, a dos países “mais religiosos” do mundo, está o Egito (atualmente envolvido numa guerra civil sem fim), Bangladesh, Indonésia, Serra Leoa e República do Congo (ex-Zaire). Enfim, quanto mais religiosos forem os habitantes de um país, mais pobre ele tende a ser. E quem diz isso é uma pesquisa feita recentemente pelo Instituto Gallup em 114 países e que foi divulgada no mês passado. De certa maneira, segundo o Gallup, a religião leva ao preconceito, à intolerância, às disputas e à guerra.

Se o ateísmo e o alcoolismo forem qualidades negativas, o que leva um político, cristão e abstêmio por opção, a “meter a mão” no dinheiro público, por exemplo? Em Rondônia, seguindo-se este raciocínio totalmente equivocado, os muitos e incontáveis ladrões da política e do dinheiro público deviam ser todos ateus e alcoólatras e os prédios da Câmara de Vereadores de Porto Velho e da Assembleia Legislativa do Estado seriam lugares “quase santos” e alvo de muitas romarias e procissões. No PT, será que há algum militante que gosta de ir à igreja e depois voltar para casa e ficar pensando em como ajudar os outros? Depois dos tais “embargos infringentes”, conheço muitos petistas que encheram a cara e fizeram churrasco com “a carne do povo”. Decididamente o álcool é bom, já que fornece calorias para o nosso organismo enquanto não ter uma religião nos livra de problemas como o dízimo e da vontade de ir para o céu depois da morte. Lá deve ser muito ruim, pois é para onde vão todos os políticos. Os da Câmara Municipal de Porto Velho e os da Assembleia Legislativa do Estado. Amém!

*É Professor em Porto Velho.