Acusado de matar líder do MCC em Rondônia se entregou espontaneamente

Ozéas trabalhava na extração de madeira na região e havia tido três caminhões com toras apreendidos pelo IBAMA. Dinho fazia denúncias contra o desmatamento e a exploração ilegal de madeira..

Publicada em 30/05/2011 às 14:05:00

Da reportagem do TUDORONDONIA
Diferente do que havia anunciado a Polícia Civil na manhã desta segunda-feira, Ozéas Vicente Machado, acusado de ter matado na sexta-feira o líder do Movimento Camponês Corumbiara, Adelino Ramos, o Dinho, não foi preso pela polícia. Ele se entregou espontaneamente na Delegacia de Extrema, distrito localizado a cerca de 45 Km de Vista Alegre do Abunã, onde aconteceu o homicídio.

O secretário de Segurança Pública, Marcelo Bessa, e o diretor geral da Polícia Civil de Rondônia, Claudionor Muniz, informaram, em entrevista à imprensa no Rondon Palace Hotel, que Ozéas não confessou o homicídio e, até às 13 horas, não havia sido interrogado. Segundo as duas autoridades policiais, um avião foi enviado à localidade de Extrema para conduzir o preso a Porto Velho, onde será interrogado.

A polícia não tem dúvidas de que Ozéas foi o executor do crime, pois foi visto por testemunhas e, inclusive, identificado pela vítima após ser baleada e minutos antes de morrer.

Ozéas se apresentou na Delegacia de Extrema por volta das 10 horas desta segunda-feira, onde recebeu voz de prisão em flagrante, já que contra ele havia sido expedido mandado e as investigações foram ininterruptas.

Em Porto Velho o acusado deve falar se agiu sozinho ou se o crime teve a participação de outras pessoas, incluindo um possível mandante. O fato é que, segundo a polícia, os tiros foram disparados somente por ele, em plena luz do dia, e sem nenhum disfarce que dificultasse sua identificação.

CAMINHÕES APREENDIDOS Ainda de acordo com a polícia, Ozéas trabalhava na extração de madeira na região e havia tido três caminhões com toras apreendidos pelo IBAMA. Dinho, por sua vez, fazia denúncias contra o desmatamento e a exploração ilegal de madeira. Não se sabe se os caminhões pertenciam a Ozéas ou a algum empresário da região. A vítima, por sua vez, tinha uma área de terras na região que estava tentando regularizar junto ao INCRA. Além disso, era líder do MCC, movimeto que se formou após o chamado Massacre de Corumbiara.