Agentes penitenciários de Rondônia são destaque em curso de operações especiais em Brasília

Fábio Albres, Franciele Santos, Daniel Benício, Francisco Nascimento e Rubmar Gomes enfrentaram uma seleção rigorosa promovida pela Escola Penitenciária.

Publicada em 12/07/2012 às 11:54:00

ASCOM - SINGEPERON



Cinco agentes penitenciários de Rondônia participaram no mês passado em Brasília-DF do 16º Curso de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário, ministrado pela Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE-DF) da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

Antes de garantirem a participação, juntamente com representantes de outros estados, neste que é um dos cursos mais reconhecidos do país na área, Fábio Albres, Franciele Santos, Daniel Benício, Francisco Nascimento e Rubmar Gomes enfrentaram uma seleção rigorosa promovida pela Escola Penitenciária da Secretaria de Estado de Justiça (Epen/Sejus). Nesta etapa, 42 agentes se inscreveram e foram avaliados em testes de condicionamento físico, conforme os padrões exigidos em edital da Escola Penitenciária do Distrito Federal, tais como corrida, barra, abdominal, flexão de braço, salto, apneia, nado submerso e flutuação, considerando a necessidade do agente estar preparado para enfrentar situações atípicas no sistema, por exemplo atender uma emergência de rebelião ou adentrar em ambiente com fumaça. Os exercícios aplicados foram acompanhados pelo Corpo de Bombeiros de Rondônia.

Durante os nove dias de treinamento, os novos agentes de elite suportaram um pesado programa que exigiu extrema força física e equilíbrio emocional. Corridas, escalada de montanha, natação, flexão com punho cerrado e exposição a spray de pimenta foram alguns dos testes cumpridos nos primeiros dias.

No decorrer do curso, os servidores praticaram técnicas de imobilizações táticas e simularam eventos de intervenção tática no interior de unidades prisionais com detonação de granadas em ambiente gasado (com a presença de gás lacrimogêneo ou pimenta). “Esse método de treinamento faz com o agente penitenciário sinta os efeitos, para que quando fizer uso desse tipo de equipamento não-letal, saiba exatamente o limite que os internos possam suportar, pois usado de forma exagerada, pode ocasionar a morte”, explicou o instrutor e diretor da DPOE, Luís Mauro.

Franciele foi uma das seis mulheres que participaram de igual com os homens. Segundo ela, não houve diferenças de tratamento, tanto na seleção em Porto Velho, quanto no curso de fato. A agente de Rondônia foi um dos destaques da reportagem feita pela equipe da Record em Brasília (Confira o vídeo com a reportagem completa no portal R7).

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Socioeducadores, Técnicos Penitenciários e Agentes Administrativos Penitenciários, Anderson Pereira, parabenizou os agentes pela determinação. “Já fui do antigo Grupo de Intervenções Rápidas (GIR) da Sejus e sei da importância de o sistema prisional contar com profissionais capacitados para agir em situações de risco e rebelião, principalmente em Rondônia onde eventos desse tipo são comuns”, completou ao destacar também a função do Grupo de manter a ordem e disciplina nas unidades prisionais e proteger a integridade física de agentes e apenados.
Para Anderson, o Estado precisa aproveitar a experiência desses agentes legalizar e reativar o grupo de operações especiais. “A necessidade de atuação rápida em situações de crise no sistema é decisivo, sendo atividade própria do agente penitenciário, pois ninguém mais conhece melhor o ambiente prisional do que ele”, afirmou.

A capacitação dos agentes foi um compromisso feito pelo Estado junto à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).