Agentes penitenciários e socioeducadores aceitam acordo e concedem prazo de 90 dias ao Governo

O presidente sindical, Anderson Pereira, destacou ainda que a concessão do prazo protege os servidores contra o registro de faltas ou de procedimentos administrativos relativos ao movimento grevista...

Publicada em 27 de June de 2016 às 08:42:00

Os agentes penitenciários e socioeducadores de Rondônia aceitaram o acordo do Governo em conceder o prazo de 90 dias para a elaboração de uma nova minuta do Plano de Carrerias, Cargos e Remunerações da Secretaria de Estado de Justiça (PCCR/Sejus). A decisão foi tomada em assembleia geral extraordinária realizada na sexta-feira (24/06), na sede do Sindicato dos Agentes Penitenciários e Socioeducadores do Estado de Rondônia (Singeperon), em Porto Velho, após orientação da Comissão de Negociação de Greve do Singeperon.

Na ocasião, os membros da Comissão explicaram ser necessário manter o canal de diálogo para se trabalhar no conteúdo no PCCR, agora com a participação efetiva dos representantes da categoria, bem como cumprir a decisão liminar do desembargador Eurico Montenegro.

O presidente sindical, Anderson Pereira, destacou ainda que a concessão do prazo protege os servidores contra o registro de faltas ou de procedimentos administrativos relativos ao movimento grevista, deflagrado no último dia 16. “Os filiados agiram com responsabilidade para que ninguém saia prejudicado e para que tenhamos condições de trabalhar junto aos órgãos estaduais por um Plano mais justo. Ao final desse prazo, estaremos convocando nova assembleia para apresentação do resultado, onde a categoria irá tomar a sua decisão final”, afirmou.

“Não é fácil negociar com o Estado, porém a categoria tem e deve permanecer unida. Tenho certeza que estamos dando um passo para trás para conseguir dar um passo maior mais para frente”, ressaltou o líder sindical.

Membro da Comissão, Daihane Gomes, se manifestou a favor dos 90 dias e disse que “a guerra é feita por várias batalhas”.

Vários filiados também expressaram o seu pensamento e concordaram em conceder o prazo pedido pelo Estado. Um deles foi o agente Anderson Alexandre, de Pimenta Bueno, que aproveitou para chamar a atenção dos filiados para participar mais e criticar menos. “O sindicato não é mãe de ninguém para segurar na mão de filiado. O filiado tem que fazer o seu papel”, enfatizou.

Na ocasião, o advogado Cristiano Polla, que compõe o corpo jurídico do Singeperon, juntamente com os advogados Antonio Rabello e Gabriel Tomasete, fez apontamentos jurídicos e orientações em relação ao movimento, destacando a importância da manutenção do diálogo com as autoridades estaduais. “A greve passada teve sucesso porque houve várias reuniões com o Governo. Isso é necessário para que tenhamos respaldo para um movimento grevista legal. Se o Estado não cumprir a parte dele, a categoria se beneficiará”, explicou.

Por unanimidade, a assembleia aprovou ainda a contratação de um perito para prestar assessoria técnica nas discussões envolvendo a tabela salarial, impacto financeiro, aposentadoria, entre outros. “Esse profissional será muito importante neste processo de negociação para que possamos falar de igual para igual com o Estado quando este apresenta os seus números”, destacou Anderson Pereira.

Antes de encerrar a assembleia, Pereira convocou os filiados que foram colocados à disposição ou que estão sofrendo algum tipo de perseguição por conta da greve para procurarem o sindicato para que este interceda.