Ai do homem por quem o escândalo vem! - Valdemir Caldas

Ainda há uma chance de o eleitor mudar esse panorama grotesco e absurdo, que enxovalha a imagem do nosso Estado e compromete de morte o seu futuro.

Publicada em 11 de September de 2014 às 11:04:00

Ai daquele homem por quem o escândalo vem! As palavras de Jesus, reveladas no livro do evangelista Mateus (18:7), não
poderiam ser mais atuais, principalmente quando confrontadas com os recentes acontecimentos políticos, protagonizados por parlamentares com assento na Assembleia Legislativa de Rondônia.

Essa de um deputado reassumir suas funções, montado em uma mula, após ficar seis meses afastado do posto, por suspeita de ilicitudes, é a realidade nua e crua da política que temos. Uma política cada vez mais marcada pela pieguice e pela completa ausência de valores morais e espirituais. É o resultado das nossas escolhas, quando somos chamados às urnas.

São por essas (e outras) que instituições como a Assembleia vêm caindo no conceito de importante parcela da sociedade, que a vê não como caixa de ressonância dos clamores sociais, mas sim como um estuário de mediocridade e corrupção. Um covil de lobos em pele de cordeiros, onde muitos encarnam o tipo bonachão, amigos dos pobres e pai dos necessitados, dispostos a esforço até certo ponto inaudito, para salvaguardar seus mesquinhos e inconfiáveis interesses.

Há um momento para cada coisa, ensina o livro de Eclesiastes. E o tempo dessa gente chegou. É hora de derrubar o muro da vergonha que cerca a política rondoniense, os castelos de ilusões, os argumentos demagógicos e as poses quixotescas. Nem tudo está perdido. Ainda há uma chance de o eleitor mudar esse panorama grotesco e absurdo, que enxovalha a imagem do nosso Estado e compromete de morte o seu futuro.

Ai do homem por quem o escândalo vem! Vamos nos precaver dos falsos messias, com seus ardis políticos sujos. Vamos sepultá-los no túmulo onde jazem os restos mortais dos inescrupulosos, dos farsantes, dos medíocres, para que jamais ressuscitem e voltem a iludir a consciência do povo com desculpadas esfarrapadas e verdades inventadas.