Amorim entra no TSE para assumir o lugar de Mosquini na Câmara Federal

Gravações da PF mostram que, mesmo em campanha eleitoral, era Lúcio Mosquini quem dava as ordens no DER, usurpando a função pública para tirar proveito político e financeiro.

Publicada em 23 de December de 2014 às 08:45:00

Da reportagem do Tudorondonia

Complicou-se ainda mais a situação jurídica e política do deputado federal eleito Lúcio Mosquini (PMDB). No último dia 19, Ernandes Amorim, o primeiro suplente da coligação pela qual Mosquini se elegeu, ingressou junto ao Tribunal Superior Eleitoral com ação contra expedição de diploma a Mosquini.

A principal fundamentação da ação é que Mosquini não se desincompatibilizou  de fato do cargo de diretor geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), continuando a mandar no órgão após sua saída para concorrer à Câmara Federal.

Na ação, o advogado de Amorim, Nelson Canedo Mota, relaciona uma série de interceptações telefônicas, feitas com ordem judicial pela Polícia Federal , que mostram Lúcio Mosquini, em plena campanha eleitoral, dando ordens na diretoria do DER e influenciando na condução das obras do chamado Novo Espaço Alternativo. “Essa obra não pode parar. Ela dá o segundo turno pra nós”, diz Mosquini ao governador Confúcio Moura (PMDB) numa das muitas conversas interceptadas pela PF durante as investigações que resultaram na Operação Ludus e na prisão do deputado federal eleito e de seu sócio, o prefeito de Ouro Preto do Oeste, Alex Testoni.

Lúcio Mosquini, que mora em Jaru, foi eleito com 40.595 votos, dos quais 10% foram obtidos em Porto Velho. A ação diz que a expressiva votação se deu em função do uso intensivo do DER para alavancar sua candidatura. Mosquini é acusado de utilizar o órgão governamental para fins escusos. Além de ganhar dinheiro com a obra feita pela construtora da qual era sócio oculto, ele ainda tirou proveito político-eleitoral do empreendimento.

O ex-diretor do DER também é acusado de ter fraudado e direcionado a licitação do Novo Espaço Alternativo para seu sócio AlexTestoni e, mesmo depois que saiu do órgão para concorrer a deputado, continuou dando ordens como se ainda fosse o diretor, usurpando a função pública e tirando proveito político e econômico.

As gravações da PF mostram que Mosquini se desincompatibilizou de direito, mas não de fato, pois continuou a comandar o DER em plena campanha eleitoral – pelo menos quando o assunto era a obra do Espaço Alternativo -, na qual ele tinha interesse direto.