Anderson do Singeperon denuncia secretário da Sejus por mentir e omitir informações sobre revista no Urso Branco

Até preso foi usado na revista, denunciou o deputado em discurso na tribuna.

Publicada em 22 de fevereiro de 2017 às 14:35:00

O deputado estadual Anderson do Singeperon (PV) denunciou nesta quarta-feira (22/02), na sessão ordinária da Assembleia Legislativa, que o secretário de Estado de Justiça de Rondônia, Marcos Rocha, "mentiu e omitiu " informações durante a coletiva de imprensa, em referência à revista realizada no último dia 20, com o uso das Forças Armadas, na Casa de Detenção Dr. José Mário Alves da Silva (Urso Branco).

Ao visitar pessoalmente a Casa de Detenção às 22h de terça-feira (21/02), o parlamentar tomou ciência de cópia da Ocorrência nº 628-04, registrada em livro pelos próprios agentes penitenciários plantonistas, e constatou que o secretário mentiu sobre o número de celulares apreendidos, onde foram divulgados 19, segundo matéria do G1 Rondônia, mas que somente 12 celulares apreendidos foram registrados no Livro, sendo sete na cela F-1, três na H-2, um na J-3 e um na J-4.

Além disso, o secretário teria omitido a participação dos agentes penitenciários do Grupo de Ações Penitenciárias Especiais (GAPE) e de policiais militares do Grupo de Operações Especiais (GOE), resumindo-se em culpar uma categoria de um possível “afrouxamento” da segurança e fiscalização no presídio.

“O senhor deveria ter falado na sua matéria do G1 que os agentes estavam apoiando que não foi somente o Exército Brasileiro que entrou lá, que o equipamento que o Exército tem, muito bom, deveríamos ter também para encontrar bomba, para encontrar armamento. E que as suspeitas de que haveria armas de fogo no Urso Branco, não encontraram nada”, afirmou Anderson na tribuna.

O deputado denunciou ainda que um preso ajudou na revista e que o fato não foi registrado no Livro. “A verdade tem que ser dita, não dizer que uma categoria está afrouxando a segurança dentro dos presídios do estado, que não está, porque trabalhamos lá dentro com as condições que o Estado nos oferece. Condições essas que são falhas, porque não tem efetivo, não tem capacitação técnica”, criticou.

Outra mentira, segundo o parlamentar, é em relação ao entorpecente, que na matéria diz 64 porções. “Na ocorrência diz 29 porções aparentemente de maconha e 30 aparentemente de cocaína”, citou.

Ao classificar o secretário Marcos Rocha como um demagogo, Anderson Pereira disse que meios de burlar a segurança é o que mais existe. “Sofremos com a fragilidade porque detector de metal não pega droga não, raio-x de aeroporto não pega droga em partes íntimas de mulheres e demais visitantes, inclusive nem celular se ele estiver enrolado no papel carbono”, explicou.

Anderson enfatizou que o Estado não cumpre com sua parte, transgride resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a exemplo da revista humanizada. “Na minha atuação sindical movi uma ação civil pública para impedir a aplicação dessa revista humanizada porque a resolução do CNJ não está sendo cumprida, onde ela prevê que deve haver um scanner corporal para se implantar esse tipo de revista e isso não acontece. E hoje ainda no estado de tem preso que recebe a visita dentro da sua cela, o que é proibido”, revelou.

Na sequência, o deputado Luizinho Goebel (PV) parabenizou Anderson pela defesa e endossou o discurso. “Isso só reafirma um discurso que eu dei há alguns anos, de que esse secretário é muito bom de conversa, que realmente ele não passa de um bom orador, mas também não deixa de ser um grande demagogo. Por muitas e muitas vezes ele expôs essa categoria honrosa dos agentes penitenciários ao ridículo, colocando essa categoria como se ela fosse uma categoria corrupta”, ressaltou.

Assessoria/ALE