Bancários rejeitam proposta da Fenaban de 7% mais abono

Sem uma nova conciliação entre as partes, uma nova rodada de negociação foi marcada para a terça-feira 13 de setembro, às 14, em São Paulo. Até lá a greve continua e será intensificada em todo o país.

Publicada em 09 de September de 2016 às 15:56:00

A rodada de negociação requerida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) já no primeiro dia de greve nacional dos bancários - ainda na última terça-feira, 6 - e realizada na manhã de hoje, 9/9, em São Paulo, não trouxe qualquer avanço para a categoria e ainda representou uma afronta aos trabalhadores por parte dos bancos, que elevaram a proposta de 6,5% para 7% o reajuste do salário (2,39% abaixo da inflação), da PLR e demais verbas salariais e aumentaram a oferta do famigerado abono de R$ 3.000 para R$ 3.300, além de continuarem ignorando as reivindicações sobre emprego, saúde, condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades.

A proposta provocativa foi imediatamente rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários, que é formado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e dirigentes dos sindicatos.

Sem uma nova conciliação entre as partes, uma nova rodada de negociação foi marcada para a terça-feira 13 de setembro, às 14, em São Paulo. Até lá a greve continua e será intensificada em todo o país.

Em Rondônia o número de agências fechadas continua em 106 das 130 em todo o Estado.

"Não podemos admitir que os bancos continuem com essa postura de oferecer um índice rebaixado, que sequer repõe a inflação do período, e muito menos tente nos empurrar goela abaixo essa danosa política de abono, que só traria perdas para agora e para o futuro de todos os bancários. Nós lutamos é por reposição da inflação com aumento real, e não queremos saber de abono como forma de nos ludibriar e nos calar. Além disso, é imperativo que os banqueiros atendam também às nossas reivindicações sociais, de importância extrema para a categoria, como proteção ao emprego, mais contratações, saúde e condições de trabalho, combate ao assédio moral, segurança e igualdade de oportunidades”, afirma José Pinheiro de Oliveira, presidente do Sindicato dos Bancários de Rondônia e que participou da reunião de hoje, em São Paulo.

ABONO = PERDAS

O abono oferecido pelos bancos é uma armadilha que traz perdas presentes e futuras para a categoria, como já ficou comprovado na década de 1990 durante os governos de Fernando Henrique Cardoso.

Segundo cálculo do Dieese, com a política de reajustes abaixo da inflação e concessão de abonos, de 1995 a 2002 (os dois governos FHC) os bancários dos bancos privados tiveram perdas de 4,60% nos salários, os do Banco do Brasil 33,53% e os empregados da Caixa 37,38%.

Fonte: SEEB-RO