Cansado de perder a sua produção mediante a dificuldade de comercializá-las in natura, o casal de agricultores Anderson Muniz de Castro e Rosimar Cordeiro do Nascimento, moradores na linha 192, lado norte, km 12, do município de Rolim de Moura, decidiu dar um novo rumo às suas vidas. Assistidos pela Emater-RO desde o ano de 2004, ambos foram orientados pela equipe de extensionistas do escritório local a investir em uma agroindústria utilizando recursos financeiros das linhas de crédito disponíveis. Hoje, além de estar satisfeito com o novo ramo de atividade, o casal garantiu uma melhor renda para a família.

A agricultura familiar tem se mostrado eficiente não somente para uma melhoria na geração de renda, mas também para a permanência da população no campo e para a elevação da qualidade de vida. No entanto, este é um setor que necessita de políticas públicas específicas e adequadas à realidade das famílias e das propriedades rurais.

O casal Rosimar e Anderson, assistidos pela Emater, já tinha na fruticultura a sua fonte de renda, entretanto a falta de um mercado consumidor efetivo fez com que  buscasse uma nova alternativa. Em 2012, com o acesso ao crédito rural, através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) na categoria Mais Alimentos, a família deu início à implantação de uma agroindústria, com a construção de um prédio, já dentro das normas das normas higiênicas e sanitárias exigidas pelo Ministério da Agricultura (Mapa).

A Lei Estadual 2717/2012, que institui o Programa de Verticalização da Pequena Produção Agropecuária (Prove), foi outro incentivo para que o casal realizasse seu sonho de uma nova alternativa de renda para a família. O Programa, coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e executado pela Emater-RO em parceria com outros órgãos como a Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) e a Secretaria do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), tem o objetivo de incentivar pequenos proprietários rurais a industrializar e comercializar seus produtos. Com isso, a agroindústria familiar foi beneficiada com os equipamentos, incentivando a agroindustrialização.

A ação realizada pela parceria entre a Emater e as instituições envolvidas trouxe uma nova perspectiva de vida aos agricultores. Além de agregar valor ao seu produto, incentivar a permanência no campo e promover uma melhoria na renda familiar excluindo a figura do atravessador, eles passaram a ser vistos também, como empreendedores, e isso deu um novo ânimo ao casal. “Hoje estou muito feliz com minha agroindústria, tenho opção de escolha para venda de meus produtos garantindo uma melhor renda para minha família”, diz Anderson.

Rosimar e Anderson também foram orientados pela Emater-RO a seguir o Manual de Boas Práticas para a atividade e para procedimentos que visem à melhoria da qualidade da matéria prima e das polpas, garantindo assim, a segurança alimentar para o consumidor. Hoje, a capacidade de produção da agroindústria é de 750 Kg de polpa por semana, e já estão sendo processadas polpas de maracujá, cupuaçu, acerola, abacaxi, graviola, banana, araçá-boi, tamarindo, caju e goiaba.

Wania Ressutti