Mais que uma imposição legal, a apuração das denúncias de corrupção na prefeitura de Cacoal, apontadas pelo Ministério Público do Estado de Rondônia, é uma exigência do próprio momento histórico que o país atravessa.

Após a prisão de políticos, autoridades, líderes partidários e servidores públicos graduados, que achincalharam a dignidade do cargo e desprezaram os valores morais de todo um povo, aqui e alhures, o mínimo que a população pode esperar é a extensão do exemplo àqueles que se teriam beneficiado de recursos públicos na administração do prefeito Padre Franco.

O material divulgado pelo MPE/RO reúne elementos que, se de um lado, mostra a existência senão de um esquema de propina, mas de conduta imprópria e que, numa outra interpretação, quebra o decoro parlamentar e ofende a ática do serviço público.

As provas são contundentes e revelam o tamanho dos tentáculos que a prática da corrupção alcançou nas estranhas da administração petista e o tamanho do estrago que ela produz à sociedade.

Por isso, nada de querer jogar a sujeira para debaixo do tapete ou empurrar o caso com a barriga até cair na vala comum do esquecimento, como tantos de que se têm notícias neste país.

A Câmara precisa chamar a si a responsabilidade e tratar o assunto com o rigor que ele merece, não somente para que a população de Cacoal, mas, todos os rondonienses, revejam questões como essa e passem a rejeitar a corrupção, sepultando, assim, o pensamento dos que a consideram uma das características do nosso jeito de ser. Coisa que, de fato, não é.

Há (não se tem dúvida e também não é de hoje) uma minoria que se tem beneficiado de esquemas os mais escabrosos e atuado na direção de tornar isso um comportamento de todos.

Se a Câmara de Vereadores de Cacoal tem realmente compromisso com a moralidade (e eu não duvido disso), por certo, levará a bom termo sua missão, instalando uma CPI para investigar as graves denuncias do MPE/RO, cumprindo, destarte, sua missão constitucional.

O contrário disso seria aumentar ainda mais a desesperança que se apossou dos corações de muitos rondonienses, principalmente dos que têm vergonha na cara.