Caros e de péssima qualidade

Valdemir Caldas

Publicada em 21 de November de 2014 às 09:30:00

Se uma pesquisa fosse feita, hoje, para aferir o grau de satisfação dos porto-velhenses com os serviços que lhe são prestados, principalmente pelas concessionárias de telefonia fixa e móvel, o resultado seria desastroso, para não dizer coisa pior.


Além de caros, os serviços são de péssima qualidade e não satisfazem a expectativa geral. Parece que, para essa regra, não há exceção. Prova disso pode ser observado no tratamento dispensado por algumas empresas.


Segunda-feira (18), o vereador Edmo Ferreira (Dim Dim) foi à tribuna da Câmara e deitou o relho no lombo da Oi. E com justa razão. Ele mora em União Bandeirante, distrito que fica a cento e sessenta quilômetros da capital e abriga, aproximadamente, vinte mil habitantes.


Apesar de ser um importante polo de desenvolvimento agrícola, com destaque no cenário nacional, a maioria dos habitantes daquela região ainda vive na idade da pedra lascada, em termos de serviços de telefonia fixa e móvel. Os poucos aparelhos que há, passam mais tempo mudos do que mesmo funcionando.


Se a situação já é precária para quem vive na capital, o que dizer, portanto, dos que residem na zona rural, que não possuem telefones em suas residências e são obrigados a percorrer longas distâncias para ter acesso a um aparelho público (orelhão), em sua maioria, danificados, por falta de manutenção.


Nem precisa dizer o quanto isso implica na prestação de serviços importantes, como saúde e segurança pública. Trata-se de uma tremenda falta de respeito para com a população, um desleixo administrativo incomum, onde as exigências são maiores e as punições uma utopia.


No fundo, predominam a certeza de que nada acontecerá aos que negligenciam um serviço essencial à sociedade, que paga um preço muito alto para tê-lo. Dai a precariedade desse e de outros serviços, que põem à prova a paciência de consumidores, homens e mulheres, imobilizados em seus direitos e frustrados em seu exercício de cidadania.