Devagar com o andor que os recursos são poucos

Muitas pessoas acreditam (e outras tantas esperam) que o candidato que sairá das urnas, no próximo dia 30 de outubro, conseguirá remodelar radicalmente a face deformada do município de Porto Velho.

Publicada em 27 de October de 2016 às 09:23:00

por Valdemir Caldas

Muitas pessoas acreditam (e outras tantas esperam) que o candidato que sairá das urnas, no próximo dia 30 de outubro, conseguirá remodelar radicalmente a face deformada do município de Porto Velho. Ledo engano.

Não é preciso ser especialista em finanças públicas, nem frequentar os escaninhos da administração municipal, para saber que o novo prefeito pouco ou quase nada conseguirá realizar, considerando a escassez de recursos por que passa os cofres do município.

Tal situação decorre, em grande medida, dos caminhos recessivos percorridos pelo país, mas também não podem ser descartadas hipóteses menos dependentes da política econômica posta em vigor. Não se tem dúvida de que o desleixo e a incúria administrativa contribuíram significativamente para pintar o quadro assustador.

Seja Hildon, seja Léo. Os primeiros meses da administração serão extremamente difíceis. Por isso, não podem, os candidatos, alimentar ilusões. O novo prefeito precisará agir com prudência. Não se pretende, aqui, ocupar o papel de Cassandra, mas é inegável que, a partir de janeiro, o portovelhense sentirá, com mais intensidade, os efeitos devastadores da crise econômica contra a qual se debate o país.

Recomenda-se, particularmente, em nosso caso, esforço desmedido para cortar despesas e tornar a máquina oficial menos pesada e mais eficiente, lembrando, portanto, que a oportunidade e as demais circunstâncias em que as decisões são tomadas e executadas é que dão argumentos a opositores ou apoiadores.

É comum, toda vez que um novo dirigente chega ao poder, inchar a folha de pagamento de pessoal com uma legião de assessores, muitos dos quais completamente despreparados paras as tarefas públicas, ou, então, criar uma penca de sinecuras, para acomodar aliados políticos e cabos eleitorais desempregados. Nazif fez isso e pagou alto preço. Devagar com o andor que os recursos estão cada vez mais escassos.