Dois pesos e duas medidas

Valdemir Caldas

Publicada em 06 de March de 2015 às 17:01:00

Há momento em que o melhor a fazer é silenciar. Ao contrário do que pensam alguns desavisados, o silêncio não pode ser confundido com covardia, medo ou cumplicidade com a coisa errada, mas é sinal de prudência e de sabedoria. Não é o silêncio dos bons o que me preocupada; mas o grito dos maus, disse Martin Luther King. O silêncio é uma maneira de demonstrar confiança em Deus.

Esse cuidado não frequentou as preocupações do senhor Expedito Junior, em sua mais recente manifestação, ao comentar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, que cassou o mandato do governador Confúcio Moura, por “abuso de poder econômico”. Candidato derrotado nas eleições de 2014, Junior disse que “a decisão do TRE/RO foi uma lição oportuna contra o abuso”.

Curiosamente, Expedito também teve o mandato de senador cassado, por abuso de poder econômico e compra de votos, no pleito de 2006, por duas vezes, pelo próprio TRE-RO. Agora, vem querer tirar uma de bom moço, achando que todo mundo é idiota.

Se dependesse de Expedito, Confúcio seria apeado do cargo, imediatamente. Nada de recorrer às instâncias superiores, mas ele permaneceu no Senado, mesmo depois de ter sido cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinasse o seu afastamento.

É a clássica expressão “dois pesos e duas medidas” de que fala a Bíblia, no Deuteronômio (25 -13:16). “Não terás na tua bolsa pesos diferentes, um grande e um pequeno. Não terás na tua casa duas efas, uma grande e uma pequena. Terás peso inteiro e justo; terás efa inteira e justa; para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá. Porque é abominável ao Senhor teu Deus todo aquele que faz tais coisas, todo aquele que pratica a injustiça”.