Em Linhas Gerais

Gessi Taborda

Publicada em 06 de July de 2015 às 12:54:00

Numa matemática burra, governo convenceu deputados de que aumentar o número de CDS não irá aumentar os gastos públicos

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É UM ABSURDO
Brasil tem 39 ministérios e cobra do povo 40% do PIB na forma de impostos. Estamos, pasmem, piores do que a Grécia. Socorro!

FAZENDO OS RONDONIENSES DE BOBO
Apesar do desgaste em que se debate Confúcio Moura nessa versão “Porcina” do governador (cassado, denunciado, investigado e prestes a virar réu em processo do STJ), ele continua c dministrativa aprovada pela Assembleia Legislativa no último dia 2?

A tal “reforma” (rárárárárá) como grande vencedor no espetáculo tosco de fazer de bobo os cidadãos-contribuintes-eleitores de Rondônia. Afinal, não foi exatamente isso que aconteceu com a aprovação da “reforma” confuciana quase por unanimidade dos votos dos parlamentares. Apenas um voto para destoar da fidelidade canina do parlamento a quem exerce o papel do Executivo e, assim, detém a chave dos cofres públicos, o diário oficial e a caneta que nomeia ou exonera para as boquinhas de alta remuneração.

MALBA THAN DE ARAQUE

A (vá lá) reforma confuciana convenceu a quase totalidade dos deputados que a criação de 282 funções gratificadas (FG's) e a ampliação do quadro de cargos atual de 5.566 cargos para 5.678 incluindo-se (FG's) e CDS’s não vai gerar novos custos para a administração pública.

Certamente isso só acontecerá pelo fato dessa gestão agir como personagem do escritor Júlio Cesar de Mello e Souza, nascido em 6 de maio de 1895, no Rio de Janeiro, formado em engenharia, conhecido mundialmente pelo seu pseudônimo de Malba Tahan.

Mas, claro, a realidade rondoniense está muito distante dos contos árabes escritos por Júlio Cesar de Melo e Souza. Ao Malba Tahan rondoniense falta o conhecimento de engenharia do homem que foi um dos ilustres professores do Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, e a capacidade de enfeitar o pavão do “Homem que Calculava”, um dos contos mais conhecidos de Malba.

RONDÔNIA ISOLADA

Desde que assumiu o comando do Executivo rondoniense Confúcio não conseguiu (esta é a realidade incontestável) implementar nem um ciclo de mudanças na vida econômica, política ou social do estado. É impossível tatear mudanças no desenvolvimento rondoniense em função de medidas adotadas pela gestão do PMDB.

O tão sonhado aumento do bem estar para todos os rondonienses só aconteceu na propaganda inventada por marqueteiros do governo e não na realidade.

Claro que em determinados aspectos é possível Rondônia ter se destacado com índices acima dos registrados pelo próprio Brasil. Mas isso tem pouca relevância. Afinal, Rondônia não está isolada do país e não tem a menor possibilidade de ficar imune ao processo de recessão em que os governantes meteram o nosso Brasil.

NA CASCA DO OVO

Essa conversa de que a “reforma” proposta pelo governo e aprovada pela Assembleia não vai aumentar as práticas nocivas de uma gestão reconhecidamente perdulária é como aquelas estórias infantis do “enganei um bobo na casca do ovo”.
O pior quadro nesse cenário da medíocre política rondoniense é a constatação de que permanece prevalecendo o complô do silêncio mesmo entre os personagens que deveriam sair da apatia para multiplicar os gritos vindos do próprio povo, mostrando que “o rei está nu”.

LÓGICA PERVERSA

Não é possível entender a lógica perversa que impede os legítimos representantes do povo de enxergar que não estamos fazendo nada do que Rondônia poderia fazer de melhor para garantir um desenvolvimento verdadeiro e sustentado.
A verdade é essa: não se fez (e pelo visto nem se fará tão cedo) as reformas administrativas importantes, a reestruturação que livrasse o estado do monte de penduricalhos existentes apenas para garantir cargos em comissão, benesses e acomodações generosas para parceiros políticos eleitorais, e vai por ai afora.

OBSOLETAS

Não precisa ser expert em gestão pública para compreender que o governo rondoniense está encapsulado numa estrutura obsoleta há muito tempo. Reforma de verdade seria aquele que extinguisse secretárias e órgãos desnecessários, principalmente reduzindo de forma drástica cargos em comissão, que buscasse aumento de eficiência e redução no impacto da folha de pagamento no custo dessa máquina perdulária.

O resultado da “reforma” aprovada pelo parlamento rondoniense não vai modernizar e agilizar a gestão estadual, garantindo aumento de investimentos necessários ao seu desenvolvimento econômico e social.

Em se tratando de Rondônia, Confúcio Moura é a própria personificação da crise. Por sua esdrúxula situação (de governador cassado) ele não tem como comandar uma transformação positiva no Estado. Não é mais (como não foi nem no primeiro mandato) capaz de conduzir Rondônia a uma prosperidade maior.

DO LADO DA VACA
Certamente com o tempo o segmento político rondoniense vai passar por grandes transformações, fazendo com que lideranças de qualidade aflorem em suas instituições representativas.

Hoje, no entanto, prevalece a tendência dos últimos 20 anos de que boa parte dos políticos prefiram, sempre, ficar do lado que a vaca deita.

MASOQUISMO
E assim, embora seja um personagem na mira de um futuro em que se divisa o abismo, Confúcio consegue na Assembleia Legislativa todos os parceiros que necessita para tocar prá gente, empurrando com a barriga, sua determinação de continuar liderando a mediocridade que um governo que sequer se preocupa com o planejamento para o médio prazo.
Que não se espere desse pessoal ainda mantido na direção do Estado qualquer obra gigantesca, consentânea com o tamanho do estado e com seu potencial econômico. Não há nada sendo feito para aumentar a oferta de empregos, nem mesmo para a juventude que todos os anos saem de nossas faculdades e não encontram oportunidades para o seu desenvolvimento profissional.

NA CAPITAL

A situação não é diferente com a classe dirigente da Capital. Porto Velho deveria se a cidade da vanguarda no estado. Mas nem passa perto dessa posição. E muito disso é responsabilidade exatamente dos políticos e das lideranças incapazes de assumir seu verdadeiro papel na sociedade.
O prefeito Mauro Nazif não tem mesmo do que se queixar. Poderá agir de forma imperial enquanto estiver no poder. O silêncio dos “bons” vai continuar sendo a tônica mesmo diante dos maiores absurdos e indícios de malfeitos ou maracutaias revelados em negociações desse prefeito mantendo Porto Velho prisioneira do atraso.

SEM TUGIR

Vereadores, dirigentes de entidades representativas, juristas, empresários e até eventuais concorrentes ao cargo de prefeito no próximo ano simplesmente se calaram diante da revelação (exclusiva) da coluna em relação à empresa que Mauro vai contratar para explorar o transporte urbano da cidade. Será que todos acreditam que uma empresa com apenas uma funcionária com registro em carteira (como consta nos arquivos do MTE) tem competência para assumir uma responsabilidade dessas, tem estrutura para um negócio que exige idoneidade financeira, etc, etc. Pobre Rondônia, pobre Porto Velho.