Em Linhas Gerais: carência de líderes deixa indefinido quadro sucessório às vésperas das eleições

Gessi Taborda

Publicada em 20 de January de 2014 às 12:43:00

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PRIMEIRA DO ANO Com a presente coluna começamos efetivamente as atividades desse novo ano. Graças à chuvarada do momento tivemos de mudar o roteiro do passeio programado com os netos. Em vez de Macchu Picchu, acabamos no Vale do Guaporé, uma espécie de pantanal rondoniense. A estrada para a histórica cidade peruana foi isolada pelas quedas de barreiras e inundações. Ficamos – os meninos e eu – extasiados com a beleza natural rondoniense, praticamente inexplorada em termos de turismo.

VICES INDEFINIDOS O ano é eleitoral. Brasileiros vão eleger presidente da república, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Em Rondônia, graças à carência de líderes populares (alguns inelegíveis em virtude de condenações na Justiça), há indefinição até mesmo sobre os prováveis candidatos à disputa pelo governo.
Se a definição do quadro sucessório está difícil, maior dificuldade é descobrir quem são os pretensos candidatos a vice que todo candidato majoritário precisa ter. Passou a ser uma tradição em Rondônia o descolamento do chefe do governo pelo seu substituto legal, daí o pouco interesse de bons nomes em aceitar esse tipo de convite.

BOM NEGÓCIO
Mas nem sempre foi assim. Aparício Carvalho (pai da ex-vereadora Mariana) foi um vice que deu certo. Hoje é um sujeito miliardário, dono de importante escola de ensino universitário. Outro vice que se deu bem no passado foi Cahulla, a ponto de assumir a cadeira de Cassol e disputar a reeleição (que não venceu) para o governo estadual. Certamente João Cahulla não deixou o governo puxando a cachorrinha.

O atual governo (do PMDB) é do tipo daqueles que não dá a menor importância ao seu substituto legal (do clã Gurgacz) que nunca foi convidado para os rapapés do titular e quase sempre não é lembrado nem mesmo para a reunião do secretariado, embora seja o chefe do feudo em que se transformou o Detran.

APÓS O CARNAVAL E não deverá acontecer antes do carnaval a esperada reforma do secretariado do governo rondoniense, como garantiu fonte ouvida nesta semana. O filosófico governador preferiu ficar quietinho sobre membros do governo interessados em disputar a eleição desse ano. Isso porque Confúcio ainda não sabe para onde ir em termos de alianças do PMDB para alavancar sua disputa à reeleição.

ESPERANDO MARÇO O ex-governador e ex-prefeito de Ji-Paraná, José de Abreu Bianco ainda está indeciso sobre sua participação nas eleições de outubro. Ele só tomará uma posição em março. Consciente da baixa influência de sua partido (DEM) em Rondônia, o responsável pela maior degola de servidores do estado (quase todos readmitidos por Ivo Cassol) nem pensa em disputar o governo novamente. Quando muito, JB vai tentar um mandato de deputado federal, única cadeira que não ocupou durante sua carreira na política tupiniquim.

ABSURDO A população de Costa Marques, lá no Vale do Guaporé, não sabe mais a quem reclamar pelas constantes interrupções no sistema de informática da agência do Banco do Brasil (única da cidade) que chegou a ficar três dias sem funcionar no princípio desse mês. Segundo informe à coluna, a agência fica acéfala sem nenhum funcionário capaz de explicar o que está acontecendo. A situação só não é pior porque quem precisa fazer saques utiliza a única lotérica da cidade (onde o limite de saque é pequeno) e a agência dos correios que naquela cidade abre (pasmem!) após as 9 horas.

COR DA PELE Houve no Brasil escravos brancos. E quem conta isso é o cronista Artur Azevedo, num trecho escrito em 1886, publicado na revista “A vida moderna”. O escritor e dramaturgo escreveu que “a Câmara Municipal acaba de distribuir, por mão da Sereníssima Princesa Imperial, nada menos que quarenta cartas de liberdade. Entre os escravos havia dois que eram brancos. Sua Alteza admirou-se muito de que houvesse escravos de sua cor.”

BADERNA Não concordo com esse pessoal do politicamente correto que vira e mexe está na mídia tentando justificar essa baderna batizada de “rolezinho” como se fosse um fenômeno político destinado a denunciar (politicamente) a segregação racial e de classes brasileiras. Ora, que conversa é essa de considerar manifestação política o terror espalhado por jovens politicamente ocos e sem qualquer sentimento de responsabilidade adquirido na família?
O futuro do Brasil (pais que não chegou ainda no segundo mundo) vai continuar incerto. Não será adotando a falácia política que corrói os costumes da família que o Brasil vai chegar a um bom termo. Essa coisa de politicamente correto á apenas uma maneira de acelerar a marcha do país para o abismo. E não adianta ficar me olhando de rabo de olho. O tempo vai mostrar como estamos acelerando a marcha para essa insensatez, fruto dessa insistência em colocar cegos guiando cegos...

PUNIÇÃO SÉRIA Não tenho pessoalmente nada contra o dr. Mauro Nazif. Mas considero necessário sua que órgãos como Ministério Público e TCE responsabilizem o prefeito na farra de dinheiro, feita em nome da (pseudo) decoração natalina; além dessa cascata inventada (certamente com suas bênçãos) da entrada de nova empresa no sistema de transporte.
Político com a experiência de vários mandatos, não é possível aceitar desculpas pelo flagelo que esse prefeito vem impondo à capital rondoniense. Turrão, o dr. Mauro insiste em prolongar os despautérios de uma administração que pratica descaradamente tudo aquilo que condenava no passado, renegando até mesmo a legislação contra o nepotismo e a exigência de ficha limpa para as contratações do município.

DITADURA Pelo menos um bloco carnavalesco da capital está estudando lembrar os 50 anos da ditadura implantada pelo golpe de 1964. Buscando desenvolver o tema “Ditadura nunca mais”, o bloco pretende vender uma camiseta com referência à tortura de presos, uma desumanidade que continua sendo praticada nas masmorras brasileiras, não só por aqui mas principalmente no Maranhão atual, onde quem manda é o clã Sarney.