Em Linhas Gerais: Existe tudo para que o colapso econômico do primeiro mandato transforme 2015 num ano tenebroso

Gessi Taborda

Publicada em 18 de December de 2014 às 08:58:00

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EM COLAPSO

É claro que essa constatação me preocupa. Afinal moro aqui e aqui deverei terminar os meus dias. Com a cerimônia de diplomação dos eleitos realizada no dia de ontem, certamente não dá para anunciar, mesmo com uma margem de erro de 50 pontos para mais ou para menos, uma previsão otimista para o ano que está chegando.

O governador diplomado ontem é exatamente o mesmo personagem encalacrado até o pescoço no Inquérito 784, em tramitação no STJ, com relatório da Ministra Laurita Vaz que carrega nas tintas para considerar Confúcio Moura como “chefe da quadrilha”. Com esse personagem completamente desgastado (embora reeleito) existe tudo para que o colapso econômico do primeiro mandato transforme 2015 num ano tenebroso.

RALOS ABERTOS

Não há qualquer garantia de que os ralos por onde sumiu a dinheirama engolida pela quadrilha desmontada pela Operação Plateias serão fechados no segundo mandato. O uso do cachimbo – como diziam nossos avós – é que faz a boca torta. As ações das instituições de investigação, de controle externo e até de punição não são – a meu ver – capazes de livrar Rondônia de ser roubada na próxima gestão.

SÓ PEÕES

E o governo diplomado ontem pela Justiça Eleitoral como vencedor da eleição não tem – a partir do momento em que entrou na relação dos acusados pela investigação de “chefiar” a tal organização criminosa descoberta na Operação Plateias – não tem como restabelecer a credibilidade necessária para garantir o crescimento sustentável da economia rondoniense.

TENTATIVA FRUSTRADA

Aparentemente ele até tentou,  nesse melancólico final do primeiro mandato , escolhendo nomes para integrar o governo que começa no próximo dia 1º de janeiro. Mas não será fácil. Os nomes até agora anunciados não recuperaM  a majestade do nome do estado. É, pelo visto, mais um arranjo de peões de competência duvidosa, muito longe do time dos sonhos sem o qual não será possível apagar a imagem ruim, o apelido de “Roubônia”, fruto da ladroeira de um governo marcado pela indecisão e que encerrou a primeira gestão como um personagem sem seriedade, sem transparência e, o pior, sem honestidade.

FATO INDISCUTÍVEL

Nesse cenário em que o clima vivido no estado está muito longe das alegrias e esperanças que deveriam alimentar a “festa” da posse,  a pergunta que está na cabeça de milhares de rondonienses é a seguinte: “E dá para piorar?”. Dá sim. O governo novo começa velho, com as velhas práticas fortalecidas. A dúvida nesse momento é saber se a nova gestão vai durar os quatro anos do mandato, resistindo a uma crise que mantém o governador no olho do furacão.

Não fui à cerimônia de iplomação, mas testemunhei ontem na Assembleia,  a casa destinada a concentrar as manifestações políticas, o tamanho do baixo astral gerado pela falta de perspectivas.

ANTICLÍMAX

A sessão (extraordinária) realizada na manhã de ontem mostrou o espírito político anticlímax com esse significativo momento político. Praticamente todos os deputados presentes (e em especial o presidente da Casa, deputado reeleito José Hermínio) transmitiram a preocupação com o horizonte cataclísmico que paira sobre os destinos do estado, na certeza de que teremos mais do mesmo.

Hermínio falou do risco de se aprovar projetos dando autorização para o governo usar a seu bel prazer recursos de fundos existentes para dar suporte a programas fundamentais em segmentos como o da pecuária. A sessão terminou sem votar as matérias de interesse do governador. Hoje haverá uma nova tentativa de se levar avante tais votações.
No anticlímax de ontem,  até o hoteleiro e ex-secretário da Educação, Emerson Castro, apareceu na sede do Legislativo. Estava sorridente, afinal foi indicado para chefiar a casa civil na próxima gestão.

ALEGRIA, ALEGRIA
Nem todos estavam demonstrando ptose facial no dia de ontem. Como o governador aparentemente já está plantando para o futuro os mesmos abacaxis que está colhendo no final desse primeiro mandato, tem aqueles personagens com bons motivos (como parece ser o caso do hoteleiro Emerson Castro) para ficar muito satisfeitos e cheios de esperanças com o governo que começa em 1º de janeiro.

OS DE SEMPRE
São os de sempre, aqueles que já garantiram cargos muito bem remunerados, sinecuras diversas e (para poucos) negócios para alavancar riquezas conseguidas rapidamente.

Para os “amigos do rei” o cenário de desesperança não existe. Eles têm motivos de sobra para sair de casa e vibrar com a diplomação de ontem e a posse no início do novo ano. Mas precisam ter simancol, senão poderão viver as experiências de um Alex Testoni – que se achava o bambambã do pedaço – , que sentiu o gostinho da cadeia. Ele terá um longo período de tribulações para escapar da previsível condenação reservada a quem mete a mão no erário.

SUJEIRA

A deputada Glaucione lamentou ontem as desditas políticas de quem procura exercer o mandato para defender a população e acaba sofrendo críticas injustas (na sua avaliação) e até dificuldades de permanecer no cargo. E,  assim, vaticinou: É tanta sujeira que não vai demorar e as pessoas de bem se afastarão completamente da política. A deputada (muito bem votada em sua base, na cidade de Cacoal) está enfrentado dificuldades com denúncias contidas no inquérito 784, referente a questão do fornecimento de gás para unidades hospitalares do governo.

SANGRANDO

Ivo Cassol, que já foi prefeito de Rolim (duas vezes) e governador de Rondônia (idem) , demonstrou que está sagrando ao aproximar-se do fim de sua carreira política. Quem entende do riscado opina não existir mais saída para Cassol senão cumprir a sentença de prisão e perda dos direitos políticos. O ex-governador está com mania de perseguição. O chororô de Cassol não muda nada na sua sina de condenado.

FATURANDO ALTO

Depois de amargar derrotas eleitorais e sofrer queda na vida empresarial, o ex-deputado federal Oscar Andrade vai recompondo sua fortuna, agora como empreiteiro. É um dos grandes construtores de casas populares no segmento rural, inclusive em Rondônia.

MOCORONGO
A próxima mesa diretora da Assembleia tem obrigação de treinar os integrantes da polícia legislativa. Principalmente explicando àqueles com espírito troglodita (uma minoria da minoria) modos civilizados de tratar cidadãos que frequentam a Casa. Um mocorongo que no passado recente não passava de lambe-botas do “irmão Valter” se imaginar como integrante não de uma polícia de uma Casa de parlamentares, mas como membro da Gestapo nazista.

SNIF!
A boemia de Porto Velho perdeu mais um de seus vultos importantes: o Zizi. Ele figurou no livro “Arquivos Abertos de Rondônia”, em crônica que retratou o legendário “Bar do Zizi”, tão importante quanto foi a “Taba do Cacique”.

MAIS UMA
Gente acostumada a praticar trambiques com sonegação de impostos, bem como seus patronos políticos , deve a abrir os olhos. Segundo fonte bem informada, uma nova Operação será desencadeada no estado, pronta a colocar alguns figurões ,crentes de que estão blindados,  no xilindró.