Em Linhas Gerais: Força de Jaqueline Cassol quebra polarização entre Expedito e Confúcio

Gessi Taborda

Publicada em 30 de August de 2014 às 15:28:00

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ASSIM FALOU LENIN

Vale a pena recordar Lenin: o pior governo não é aquele que comete erros, mas aquele que, cometendo-os, não consegue corrigi-los.



CAMPANHA VOTO LIMPO

Será hoje, sábado, às 19 horas, o lançamento da campanha “Vote certo, Vote consciente”, no Mercado Cultural, localizado na Praça Getúlio Vargas. No ato cívico que será aberto pelo presidente do Tribunal de Regional Eleitoral de Rondônia, desembargador Péricles Moreira Chagas, haverá a apresentação da peça teatral "Heró do Voto" que é feito em parceria com a FIERO, e posteriormente, às 20h30, show dos Mcs Biela e Júnior Duz Cariocas, que cantam o rap da campanha. Todo mundo lá no começo da noite.

DE NOVO

“DNIT assegura ao senador Raupp obras rodoviárias de acesso a Colorado e região” o que, levando-se em consideração tantas outras conversas dessa natureza, não significa absolutamente nada.

TERCEIRA FORÇA

O surgimento inequívoco de uma terceira força política, representada pela candidata Jaqueline Cassol, quebra a polarização entre o PSDB de Expedito Júnior e o PMDB de Confúcio. E acrescenta um elemento novo para a avaliação livre dos eleitores rondonienses, que agora poderão escolher entre três projetos distintos – considerando-se os pretendentes têm chances de se eleger. Ganha o estado com o aumento do leque de alternativas e, principalmente, com a oportunidade de acompanhar o embate de ideias proporcionado pelos próximos debates, esteios das verdadeiras disputas democráticas.


GULA DOS POLÍTICOS

É sempre bom ouvir alguém dizer verdades que muitos tentam manter escondidas para o grande público. Não fosse a descaracterização da campanha política nos tempos de hoje, quando expor certas verdades pode custar muito caro a quem pensa ser capaz de romper a blindagem que beneficia quem disputa o pleito, o eleitorado poderia ser mais esclarecido sobre os candidatos.

Informar é papel constitucional dos veículos de comunicação. Mas não é ético colocar na mira da revelação fácil algum personagem desafeto, apenas com o objetivo de provocar desgaste eleitoral. Se a justificativa fosse simplesmente cumprir as funções de bem informar, assuntos explosivos de métodos antigos poderiam – e deveriam – ser estampados muito antes do jogo eleitoral. A imprensa tem mesmo o papel de divulgar sempre a classe política e os dirigentes públicos. Não deve é usar munição de grosso calibre por interesse particular em contrário do interesse geral.

Os políticos de carreira e os que deverão conseguir o primeiro mandato nas eleições desse ano devem aprender como lidar com a imprensa. Uma imprensa livre, persistente e com memória, será sempre um perigo.


DESINTERESSE DO ELEITOR

As bruscas mudanças perceptíveis na corrida eleitoral rondoniense após a consolidação dos concorrentes com a participação em debates e na maratona de viagens ao interior com as indefectíveis carreatas e outras coisas do gênero não serviu ainda para avaliar as tendências do eleitorado no apontamento “da bola da vez”. Ainda dá para perceber uma má vontade acima da habitual por parte dos eleitores em relação aos políticos.

E nesse cenário os indícios mais evidentes apontam o governador como o maior derrotado, mesmo incorporando slogans com a variação da palavra mudança no seu discurso eleitoral.

Ainda ontem um coordenador de campanha majoritária me dizia – sem pedir segredo – que vamos entrar no mês de setembro com um percentual recorde de indecisos. É importante que essa insatisfação possa levar a um aprimoramento e não a mais desgaste da política e da democracia.

COMO ASTRO

Se for verdade a notícia veiculada pela mídia sobre o número de público no lançamento da campanha de reeleição do deputado Euclides Maciel, cerca de 5 mil pessoas, é preciso reconhecer que o parlamentar (comunicador de TV) é uma espécie de astro rondoniense. Certamente é um dos poucos que não está tendo dificuldades de transmitir o seu recado aos potenciais eleitores. Se para reunir essa multidão o deputado não tiver utilizado das desgastadas fórmulas de arregimentação e marketing, estaremos diante de um novo fenômeno eleitoral com possibilidade de entrar na lista dos mais votados.

CIRCO DOS HORRORES

Com poucas exceções, o desfile de candidatos nas ruas, nos meios de comunicação e nas redes sociais ajuda a reforçar essa impressão, ao insistir em desgastadas fórmulas de marketing e de comportamento. É uma lista repleta de pastores doidos para trocar a vida eclesiástica por um púlpito no legislativo; um monte de professores cansados das salas de aula; um outro tanto de milicos doidos para trocar a farda por um terno. Há candidatos com inspiração humorística ou bizarra (como o tal de “Bagunça”), todos apostando numa postura que verdadeiramente não combina com a postura esperada de um político.

TEMERIDADE
Certamente são poucos, muito poucos, os cidadãos comprometidos de verdade com as questões da população que estão participando desse pleito.

Os excessos, somados à insistência de quem não desiste de pedir voto mesmo tendo ficha suja, demonstram a dificuldade de o país atrair o interesse dos cidadãos para a escolha consciente de seus governantes e representantes políticos, o que se constitui numa temeridade.

Quando os políticos não convencem e os eleitores perdem a confiança em seus representantes, o risco é o de que os ganhos fiquem com os oportunistas, pouco ou nada interessados no bem comum e na democracia.

SÓ INTENÇÕES
A pouco mais de um mês das urnas, chega a hora da verdade para os candidatos. Eles precisam expor, de forma que o eleitor possa sentir firmeza, o que de fato pensam sobre questões essenciais para o estado e até para o país.

Dificuldade maior para quem disputa a reeleição, muitas vezes obrigado a esquivar-se de fatos suspeitos que permanecem sem respostas convincentes.

Até agora, os programas foram, com exceções, resumidos em compactas cartas de intenções, muitas vezes orientadas pelo marketing político. É preciso bem mais na defesa de posições para temas sempre presentes numa eleição. Os candidatos estão desafiados a provar que as boas intenções e a retórica da propaganda política não escondem planos deliberadamente abordados com superficialidade.

BRONCA BESTA

Se esse prefeito que temos não fosse tão incapaz de imaginar soluções verdadeiras para as questões da mobilidade urbana não entraria, novamente, numa rota de colisão babaca com as instituições de controle externo e de defesa da legalidade. Inverter o trânsito na Sete de Setembro é uma dessas idiotias sem explicação. O pior de tudo é querer jogar dinheiro público em projetos que trocam seis por meia dúzia. Um dia esse prefeito vai compreender, talvez, que bronca (ainda mais de forma insistente) contra instituições consideradas pelo povo como o Ministério Público é ferramenta de otário.