Em Linhas Gerais: Melhor presente de natal é a faxina das instituições, afastando a bandidagem

Gessi Taborda

Publicada em 22 de December de 2014 às 10:04:00

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PRESENTE ESPERADO

Qual seria o melhor presente que a população rondoniense poderia receber nesse final de ano das nossas lideranças (incluindo-se, é claro, as do Judiciário) verdadeiramente comprometidas com o futuro do estado?

Não é difícil responder, principalmente nesse cenário de fim de feira, onde é cada vez mais evidente o tamanho da praga da falta de transparência na gestão pública de Rondônia.

O grande presente seria, sem sombra de dúvidas, a faxina necessária afastando das instituições públicas os maus elementos que insistem em não se dar conta do malefício praticado contra o povo.

CADEIA
O fato é que já passou da hora de se quebrar a blindagem dos corruptos e corruptores desse jovem e (ainda) promissor estado brasileiro. Não basta investigar e sentenciar personagens públicos envolvidos com a prática da corrupção, da esperteza e dos negócios escusos. É preciso colocá-los na cadeia, obriga-los a devolver o fruto do roubo dos cofres públicos. Esta limpeza seria, certamente, o maior presente para as futuras gerações rondonienses.

PROVAS

As instituições de controle externo e as policiais certamente estão carregadas de provas concretas de quem fez riqueza na atividade política e da gestão pública com o recebimento de propinas e patrocínio de negociatas nos tais contratos superfaturados e no recebimento de “prêmios” pela transformação de instituições do povo em verdadeiros balcões de negócios.

FORA DAS RUAS

A sociedade não pode continuar vendo pelas ruas os facínoras soltos como se não tivessem uma ficha corrida cheias de crimes.

A nossa Justiça tem agido ultimamente como uma instituição que não aceita mais as pressões para abafar a sujeira desses “intocáveis” que, sem estar pagando na prisão por seus crimes, ainda exercem forte influencia na política, muitas vezes através de filhos, mulheres e parentes que conseguem vitórias eleitorais descarregando dinheiro (de origem suspeita) nas campanhas.

SIGNIFICADO PEDAGÓGICO

É claro que a privação de liberdade de personagens como o “irmão” Valter, como as dos deputados Natan e Marco Donadon tiveram (e ainda tem) um importante significado pedagógico.

O contrário pode se dizer dos casos de notórios políticos (como Carlão de Oliveira, Roberto Sobrinho, só para citar alguns) denunciados (e até sentenciados) que continuam soltos, flanando por ai, como que se gritassem que “o crime compensa”.
A impunidade é um dos pontos mais delicados no estímulo da prática de corrupção em nosso estado. Muitos nomes conhecidos no meio empresarial e político de Rondônia não se afastam das práticas delituosas, exatamente porque se acham blindados, tendo em vista de terem escapado até agora das punições por seu envolvimento em estrepitosos casos de corrupção do passado recente.

CAGAÇO

Se as punições não demorassem tanto gente como o eleito deputado Mosquini e o deputado Lindomar Garçom estariam sofrendo um enorme cagaço pelo o que lhes reserva o futuro, diante das denúncias de compra de voto e corrupção na gestão da coisa pública.

Por garantias de fontes qualificadas dos MPs e das polícias judiciárias, acredita-se que há provas concretas para que esses personagens sejam inscritos como réus nas ações capazes de levá-los não só a perda dos mandatos e, consequentemente, à prisão e perdas do direito político.

CASO CASSOL

Essa conversa do chamado “homem de gelo” está cada vez mais superada. Isso é o que se depreende do mais recente pedido do procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao STF. Se atendido, Ivo Cassol pode ser preso a qualquer momento.

E certamente isso vai colocar um ponto final em mais um capitulo dos “Intocáveis de Rondônia”. Se o “homem de gelo” está com um pé na porta do xadrez, imagine o que reserva o futuro daqueles deputados pegos com a boca na botija pelas várias operações policiais, começando pela “Dominó”.

Gente como Zequinha “Dinheiro na Cueca”; Ana da 8 e todos os demais envolvidos em maracutáias devem virar o ano no maior cagaço.

CAIXA PRETA

Para o próximo ano o que se espera são ações que promovam a abertura das caixas pretas de todas as instituições públicas no âmbito do estado rondoniense. Somente assim conseguiremos tirar Rondônia das páginas de jornais pelo Brasil afora, colocando um ponto final nesse vergonhoso apelido de “Roubônia”.

E no caso do Estado que terá no novo governo o mesmo personagem carimbado em nível do STJ como chefe de quadrilha, o combate à corrupção por parte dos órgãos de controle externo e de investigação judiciária não pode parar.
Senão corremos o risco de novos e periódicos escândalos de corrupção praticados pelos mesmos grupos de poder dispostos a defender sua parte no aparato estatal.

TETOS DE VIDRO

Em relação ao “rearranjo” do governo para o próximo ano já dá para perceber que pelo menos uma coisa não deverá mudar. A presa como nas vezes anteriores será o povo. O tal rearranjo não está levando em consideração o cenário de crise e a efervescência social crescente.

O que não vai faltar – seja no Executivo e no Legislativo – são tetos de vidro. Os novos e antigos “caciques” deixam isso claro nesse final de ano, quando negociam a formatação da nova mesa diretora da Assembleia, sem esconder a decisão de pagar o preço para que o Legislativo se comporte no próximo ano como mero operador das vontades palacianas.

DENOMINADOR COMUM

Não tenho motivos para acreditar nas sonhadas mudanças de uma Rondônia transformada em exemplo de boa política em nossa região. Todavia não escondo minha surpresa positiva com a possível escolha de Tomas Correia para chefiar a Casa Civil.

O início de um novo mandato do mesmo governador apenas reforça, para o colunista, a ideia de que a corrupção é intrínseca na jovem estória deste (ainda) promissor estado brasileiro. Confúcio perdeu a majestade do cargo, não tem condições de sequer falar em transparência enquanto estiver no centro das investigações sobre a corrupção praticada no 1º mandato.
O proletariado e massas mais empobrecidas são muito menos oscilantes em política e, como assalariados, preocupam-se com coisas muito mais concretas. Como postos de trabalho e poder de compra. Por instinto de classe percebem, mais realisticamente, que o roubo é denominador comum na politicalha oficial.

ROUBA MAS FAZ

Certamente – assim como o colunista – as pessoas esclarecidas não esperam grandes mudanças. Sabem que essa estória de “ética na política” é, lamentavelmente, conversa para boi dormir.

Mas há um consolo: com esse pensamento mais arraigado, o povão pode marchar para as próximas eleições com um espírito mais justiceiro. E, quem sabe, aprofundar as mudanças, começando por escolher um prefeito de verdade para a capital.
E se o governo repetir o “modus-operandi” da lerdeza do primeiro mandato levará o povo a refletir sobre o erro que foi a reeleição.

Afinal, o pragmatismo do “rouba mas faz”, sentimento inerente ao populismo que marca nossa sociedade, acaba garantindo as bizarras vitórias como a que deu um segundo mandato a Bob Ali Babá de triste lembrança, como a que premiou o governador com mais 4 anos no comando do estado, mesmo completamente encalacrado nas nefandas práticas da quadrilha que operava no seu primeiro governo, desmantelada e desmascarada nas investigações feitas pela Polícia Federal.