Em Linhas Gerais: Número de miseráveis cresce no país após mais de uma década de PT à frente do governo

Gessi Taborda

Publicada em 25 de April de 2016 às 09:27:00

FILOSOFANDO

“A democracia é apenas a substituição de alguns corruptos por muitos incompetentes”. George Bernard Shaw (1856/1950), romancista, contista, ensaísta e jornalista da Irlanda. Em 1925, Shaw rejeitou o Prêmio Nobel de literatura e ganhou um Oscar em 1938.

O BRASIL EXIGE PRESSA

Os atores desse processo de impeachment precisam atentar para a importância de que tudo venha a ocorrer o mais rápido possível.

Para um lado ou para o outro, a velocidade é fundamental no sentido de se ter uma orientação segura no enfrentamento da crise na economia, com milhões de desempregados, milhares de falências, colapsos em serviços essenciais como a Saúde.

EVITANDO PRECIOSISMOS

Mais do que apostar na condenação ou na absolvição da presidente, todos devem se unir para que tudo se resolva com celeridade. O país (principalmente, os mais pobres) não aguenta este desgaste paralisante, uma vez que a vida continua e não é possível a postura insensível dos que se prendem a preciosismos políticos ou jurídicos.

PACTO NACIONAL

A (ainda) presidente Dilma já acenou com um pacto nacional contra a crise. É certo que sua permanência no comando do país só vai acontecer por uma espécie de milagre. Mas qualquer ideia de pacto precisa estar lastreada em medidas de estímulo ao empreendedor, com menos burocracia e menos carga fiscal.

Com Dilma a proposta de pacto é como uma ficção. Difícil acreditar que seus aliados de pensamento de esquerda tenham condições de adotar postura pragmática para que a crise não se agrave ainda mais.

CARTA DO PMDB

A oposição (que deve mesmo votar pelo impeachment no Senado) afinada com Michel Temer endossa a carta do PMDB de muito bom senso e em sentido liberal para a retomada do crescimento, que é urgente.

O Judiciário é parte importante nesse processo na medida em que deve evitar intervir em assuntos de competência do Legislativo, aceitando novamente dar guarida a chicanas de defensores da continuidade de Dilma.

O impeachment é um assunto político e o Poder Legislativo tem autonomia para tratar de questões ligadas a seu papel institucional.

PRAGMATISMO

A votação na Câmara dos Deputados mostrou o pragmatismo dos políticos comprometidos com o interesse público e com a voz das ruas. O mesmo deverá ocorrer no Senado.

O eleitor precisa entender e interpretar o voto dos políticos que estão exercendo seus mandatos escolhidos pelo povo. Também no Senado a votação deverá acontecer com cada senador assumindo a responsabilidade política de seu voto. Caberá à sociedade respeitar e interpretar o voto dos políticos.

SOFRIMENTO

O importante agora é que a questão seja resolvida, respeitando os prazos legais, de forma mais rápida possível. O governo já fala na impetração de novos recursos no STF. Que tais medidas sejam apreciadas e decididas o mais rapidamente possível, sem procrastinação.

Afinal, de uma coisa há um consenso geral: o povo sofre.

GOVERNABILIDADE FRÁGIL

Antes mesmo de tomar posse, Michel Temer já enfrenta ameaças ao seu mandato presidencial em três frentes: no Senado apronta-se uma PEC para convocação de novas eleições, com assinatura de 27 senadores; no Palácio Alvorada Dilma resiste ao impeachment com ameaças de internacionalizar e judicializar o processo, criando constrangimentos políticos para o vice; e finalmente, no TSE, avança a ação que pede a cassação da chapa.

Com governabilidade tão frágil, Temer dificilmente conseguirá promover o choque liberal na economia defendido pelo empresariado. Hoje, o novo presidente não teria margem para fazer muitas mudanças no país.

DECISÕES IMPOPULARES

Também será difícil para Temer fugir da agenda emergencial que as contas do governo estão a exigir, que é a adoção de medidas para deter o avanço do déficit e do endividamento públicos. Ou seja, Temer terá que retomar o esforço de ajuste fiscal tentado sem sucesso ano passado pelo ex-ministro Joaquim Levy. Pelo menos aprovar um ajuste fiscal mínimo no Congresso o novo presidente pode realizar com êxito. Talvez.

TIPO ULYSSES

Não se pode negar que o vice-presidente Michel Temer é um homem favorecido pela sorte. Sua trajetória política tem semelhanças com a carreira de Ulysses Guimarães. Ambos vieram do interior de São Paulo e se tornaram professores de Direito Constitucional.

Temer aprendeu a arte da política com o mestre Ulysses Guimarães e o substituiu na presidência do PMDB. Agora, por obra do destino, com inexpressivos 1,9% de apoio nas pesquisas eleitorais, está chegando à Presidência da República, a grande aspiração de todo político.

NOTÁVEIS

Ao assumir a presidência Temer até entra numa situação confortável.  Pode escolher um Ministério de notáveis, como o então presidente Fernando Collor fez em 1992 (prestes a cair, já era tarde demais) e compor um governo de união nacional, seguindo o exemplo bem-sucedido de Itamar Franco, e será apoiado também pelo PSDB, sem ter nomeado nenhum ministro tucano. Temer é sortudo. A começar pelo próprio nome, Michel Miguel Elias Temer Lulia, que incorpora uma redundância, pois Michel e Miguel significam a mesma coisa. Quanto ao sobrenome final Lulia, só pode ser uma gozação com aquela pessoa.

MAIS DE CENTENA

O efeito Dilma está sendo desastroso para o PT. 135 dos 638 prefeitos eleitos pelo PT pediram desfiliação ou foram expulsos do partido. Essa conta inclui gestores que renunciaram ou foram cassados. O maior desgaste da legenda está concentrado em São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, governados pelo PSDB e pelo PMDB, mas o movimento também atingiu Estados comandados por petistas, como a Bahia e Minas Gerais.

DE VOLTA AO PASSADO

Notícia ruim: a desigualdade social inverteu a mão e voltou a crescer no país, interrompendo um ciclo de melhora contínua que começou há mais de uma década. A virada negativa ocorreu no 4º trimestre de 2015, quando a renda real e per capita desabaram na Pnad do IBGE. E tudo indica o início de um novo ciclo, agora de aumento da pobreza e desigualdade.