EM LINHAS GERAIS: o desmonte da democracia: para um assassino, rosas e tapete vermelho; para quem defende a liberdade, carvão em brasa e coroa de espinhos

Gessi Taborda

Publicada em 25/02/2013 às 08:50:00

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DIFÍCIL ENTENDER
Para Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos, tapete vermelho e coroa de louros. Para a filóloga e jornalista Yoani Sánchez, crítica da situação social cubana, caminhos de carvão em brasa e coroa de espinhos. São os dois lados da mesma moeda do poder atual.


À MODA DA CASA
O Brasil está numa lista do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) ao lado de apenas 10 países em que a liberdade de imprensa mais sofreu retrocessos em 2012. Preocupa-nos essa notícia, principalmente quando vemos a imprensa comprada com dinheiro público, a tal chapa branca, para só deitar loas ao governo e escrachar com a oposição, que se cala não por não ter voz, mas em conseqüência da imprensa conivente. É sem dúvida uma forma de acobertar a censura. O Brasil vive um desmonte velado da democracia, tudo como sempre planejaram os petralhas.


CARANGUEIJO
Pode-se não gostar dos métodos políticos e dos pronunciamentos do senador Ivo Cassol, especialmente quando volta suas baterias para defender mordaça ao Ministério Público, como uma vingança pelas muitas denúncias de membros da instituição contra ele próprio. Contudo, há de se concordar com o senador em gênero, número e grau quando, a título de criticar o governo estadual de Rondônia, afirma que o estado parou nessa gestão. Pelo visto, não só parou, mas passou a andar para trás. Pelo menos a gente não vê o tal desenvolvimento alardeado pelos áulicos palacianos. Esse governo está em queda livre, principalmente por não compreender o valor da opinião pública. Ora, não dá para compreender como esse governo não reage a manifestações de que a Saúde rondoniense (gerida pelo viés militarista) é motivo para denúncia em órgãos internacionais por abuso dos direitos humanos. Assim, realmente Confúcio pode dar adeus à reeleição.

FEDERATIVO UMA OVA
Nunca tivemos um sistema federativo construído e sua edificação não foi assumida por nenhum governo. Basta ver que temos cerca de 3 mil demandas entre Estados Federados no Supremo Tribunal Federal (STF). Esse desenho conflitivo não corresponde ao de nenhuma Federação e é um dos principais problemas de nosso país. Pode-se dizer que é um dos desafios que esse governo pífio e patético não encara.

SEM APRENDER
O ex-empresário todo poderoso das antigas arengas políticas, que aqui chegou a deputado federal e secretário de estado, Chagas Neto, ainda não entendeu o espírito da coisa. Depois de anos mandando no PTB, perdeu a sigla para o deputado Nilton Balbino, notório por sua ligação no escândalo das ambulâncias. Agora fez um extremo esforço para arrancar da Fiero aquele estranho Baú. E aí está o homem de volta. Chagas – um sujeito afável – ainda não descobriu que em festa de jacu, inhambu não pia. Se continuar nesse propósito, o fidalgo Chagas vai acabar como maritaca.

DEMISSÕES
O deputado José Hermínio, presidente da Assembléia, não teve outra saída para entrar no nível do permitido pela Lei da Responsabilidade Fiscal senão terminar esse mês demitindo algo em torno de 200 servidores contratados sem concurso na Assembléia. Também foi obrigado a suspender serviços importantes, como o voltado para a escola do legislativo. Essa situação deve estimular uma nova dinâmica no legislativo estadual que vai buscar a realização de concurso público para novas contratações. Até hoje, como se sabe, a Assembléia só realizou um concurso.

CANDIDATO FORTE
Demonstrando claramente que o poder não lhe subiu à cabeça, José Hermínio vai aos poucos se transformando num candidato forte ao governo do estado de Rondônia. Seus amigos explicam que o deputado no momento pensa apenas em levar avante seu compromisso de resgatar moralmente a instituição e não fala de cargos a serem disputados no futuro. Como José Hermínio é jovem e ainda se mantém fora do campo viciado da política rondoniense, ele tem tudo para ser convocado pela militância para disputar a sucessão de Confúcio. Mas deverá se esforçar para cumprir acordos assumidos com o segmento sindical, como o de aprovar na Assembléia o Plano de Cargos e Salários dos servidores daquele poder.

ÓBVIO
Em nada mudou até agora a fisionomia esculhambada da cidade de Porto Velho. Em suas principais avenidas (Calama, por exemplo, na frente da construção do Ifro) o matagal toma conta do passeio público, as lombadas e outras sinalizações do trânsito não existem mais. Um horror!
Nazif se elegeu garantindo que iria tirar Porto Velho da m** e de verdade nada aconteceu. Como sempre, o povo votou acreditando nas promessas mas deu o óbvio “top,top,top”. Será que nas eleições do ano que vem o povo vai continuar alienado às mentiras, especialmente a dos políticos medalhões???

BANDO DE MANÉS
Dilma acaba de dar aos brasileiros em extrema pobreza cerca de R$ 2 e alguns centavos por dia. A pátria, emocionada, às lágrimas, agradece comovida.