Embaixador da Alemanha enaltece feitos do Marechal Rondon ao conhecer Memorial em Porto Velho

No início da tarde, por volta de 14h30, o embaixador sentou-se na cadeira e surpreendeu, ao tocar o velho aparelho de telégrafo.

Texto: Montezuma Cruz Fotos: Frank Néry
Publicada em 23 de maio de 2018 às 10:21
Embaixador da Alemanha enaltece feitos do Marechal Rondon ao conhecer Memorial em Porto Velho

Embaixador Georg Witschel manuseia o telégrafo, observado pelo governador Daniel Pereira e por um funcionário do museu

Ao visitar terça-feira o Memorial Rondon, na estrada de Santo Antônio, em Porto Velho, o embaixador da República Federal da Alemanha em Brasília, Georg Wischel, ouviu do governador Daniel Pereira: “Este aqui é o WhatsApp daquela época”.

No início da tarde, por volta de 14h30, o embaixador sentou-se na cadeira e surpreendeu, ao tocar o velho aparelho de telégrafo. Ele conhece um pouco o Código Morse.

“Até hoje esse aparelho aqui é usado pelo Exército Brasileiro”, informou o administrador do Memorial sargento Antero Ribeiro, mostrando o manipulador telegráfico ao lado daquele.

Ribeiro também explicou ao visitante que o primeiro telefone celular modelo Nokia adotara o toque original desse aparelho acusando o recebimento de mensagem (SMS).

O governador lembrou-lhe os ícones rondonienses em diferentes épocas: Forte Príncipe da Beira, Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e atualmente as usinas do rio Madeira. Georg quis saber a potência instalada de Santo Antônio, que é de 3.568 Megawatts/hora. Nesta quarta-feira ele prestigia a inauguração da 7ª Rondônia Rural Show, em Ji-Paraná.

Na redoma, viu a réplica da carta datada de 1925, assinada pelo físico Albert Einstein, indicando o então coronel Rondon ao Prêmio Nobel da Paz.

O professor doutor Einstein não o encontrou pessoalmente, porém, ouvira falar de Rondon com grande entusiasmo e assistira a um filme sobre o trabalho do explorador, geógrafo e pacificador.

A carta original fora encontrada em 1994, em Jerusalém (Israel), pelo professor Alfredo Tiomno Tolmasquim, do Museu de Astronomia e Ciências Afins do Rio de Janeiro.

Georg Witschel empolgava-se a cada foto, painel, e cópia de documento, demonstrando conhecer a saga de Rondon. “Sem dúvida, ele foi um louco, mas desses loucos vitoriosos, dedicados completamente à causa: afinal, percorrer 77 mil quilômetros e fazer o que a maioria não fez”, comentou.

Durante a projeção do filme com imagens de 1912 em ambientes amazônicos – rios e terras indígenas –Daniel Pereira lembrou ao embaixador que em 2016, quando se passou mais de um século do início da Expedição Científica Roosevelt-Rondon (1913-1914), as empresas Barra Filmes, Memória Civelli e Grupo Casablanca, apoiadas pelos netos de Rondon, produziram o documentário de longa metragem “Rio da Dúvida”.

O filme foi “rodado” no interior do município de Espigão d’Oeste, a 540 quilômetros de Porto Velho. Ao que Júlio Olivar acrescentou que o ex-presidente dos EUA entre 1901 e 1909, Theodore Roosevelt saiu da região numa maca e morreu de malária, cinco anos depois, aos 60.

Rondon criou em 1912 a Secção de Cinematographia e Photographia sob a responsabilidade do então tenente Thomaz Luiz Reis. O filme que Georg Wistchel assistiu no museu tem imagens dele.

PEDRAS 

No interior da Igreja de Santo Antônio, o embaixador admirou fotos das pedras que existiam na área do antigo Presídio da Ilha, onde foi construída a usina hidrelétrica.

Acompanhando o governador, o ex-superintendente estadual de turismo, Júlio Olivar, explicou-lhe detalhes do templo e o acompanhou também até o antigo marco divisório dos estados do Amazonas e de Mato Grosso, quase em frente.

Fora da igreja, um cão vira-lata estava deitado, mas o embaixador quis que ele também saísse na foto. Fez um breve comentário: “O guarda”.

Georg Witschel assinou o livro de visitantes e recebeu de Olivar um exemplar do livro A cidade que não existe mais, de autoria dele.

COM SENHORINHA, A CIENTISTA

Ao lado do busto da mulher alemã que mais pesquisou pássaros no Madeira

Em frente ao busto da cientista alemã Emilie Snethlage, o embaixador recebeu o pedido do governador para que inclua os feitos de Emile nas publicações da embaixada e do seu país. “Quem sabe, uma publicação narrando o que ela fez na Amazônia”, sugeriu Daniel. Pereira.

Pioneira no Brasil na liderança de diversas expedições científicas no período de 1905 a 1929, Henriette Mathilde Maria Elizabeth Emilie Snethlage foi a primeira mulher admitida na Academia Brasileira de Ciências e na Internacional Society of Woman Geographers.

Com esse nome e sobrenome, ficou mais fácil ela ser chamada Senhorinha, e assim ficou conhecida e mulher que pesquisou aves e pássaros ao longo dos rios Araguaia, Curuá, Doce, Iriri, Jamundá, Madeira, Marajó, Maecuru, Negro, Santo Antônio do Prata, Tapajós e Tocantins.

Em 1914 ela publicava o Catálogo de Aves Amazônicas, com o inventário de 1.117 aves, principal referência para estudiosos da ornitologia brasileira durante o século seguinte.

Aos 61 anos de idade iniciou nova expedição pelo rio Madeira, o único dos grandes afluentes ao sul do rio Amazonas que ainda não havia sido explorado.

Morreu em plena atividade, em 25 de novembro de 1929, no hotel onde morava, no terreno onde atualmente se encontra o Teatro Banzeiros. Seu corpo foi sepultado no Cemitério dos Inocentes.

Winz

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