Vilhena, Rondônia - Por falta de ação da parte do poder público para melhorar a vida dos moradores do distrito do Guaporé, que pertence ao Município de Chupinguaia, moradores da localidade, que fica a 90 km de Vilhena, àsmargens da BR 364,podem promover movimento separatista do povoado, exigindo autonomia política e administrativa. O embrião da ideia já está lançado, e tem como um dos mentores o empresário Paulo Luciano Volkweis, que reside há 17 anos no patrimônio. A vila está instaladana margem direita da rodovia federal, sentido Porto Velho, no entroncamento com a estrada que leva a sede urbana de Chupinguaia.

De acordo com o empresário, que entre outras atividades mantém um posto de combustíveis no distrito, há muitos anos a comunidade passa por problemas provocados por falta de infraestrutura mínima. A ausência da administração pública em todas as esferas causa situações inusitadas, como a não entrega de correspondências encaminhadas a moradores do Guaporé pelos Correios.

Mas nada aflige mais os moradores, segundo Wolkweis, do que a falta de documentação das propriedades. “A regularização fundiária passou longe daqui”, afirma. Ele relatou que esta questão já foi levada ao município e ao Estado ao longo das últimas gestões. “Nada foi feito, e mesmo os avanços que conseguimos conquistar por iniciativa própria agora estão paralisados, com nossos processos engavetados”, garante Paulo.

O caso tem peculiaridades interessantes. Do outro lado da BR, em frente ao distrito chupinguaiense, existe outra localidade, esta vinculada ao município de Pimenta Bueno. Lá, a prefeitura pimentense apresenta um pouco mais de interesse, dotando a localidade com infraestrutura melhor e sistema de ensino bem estruturado. Isto faz com que alunos que oficialmente residem em Chupinguaia pertençam à rede de Pimenta Bueno.

Paulo diz que não dá mais para ficar esperando uma mudança de conduta. “Tudo que precisamos do poder público municipal só é obtido com participação do MP, mesmo em situações elementares. Isso provoca desânimo e falta de vontade de investir aqui, desenvolvendo o Guaporé. Temos que ter autonomia de verdade, e isso só vai acontecer com a emancipação”, argumenta o empresário.

Com população calculada em cerca de mil e quinhentos habitantes, sendo 457 deles eleitores, o distrito é um ponto de apoio em virtude de sua localização, e nos arredores estão funcionando ou em fase de construção cinco usinas hidrelétricas. Nas imediações também existe uma jazida de calcário sendo explorada. Paulo acredita que se um novo município for criado, com territórios que hoje pertencem a Vilhena, Chupinguaia e Pimenta Bueno, sua sustentação econômica é viável. “As usinas, o calcário e produção rural são suficientes para que isto ocorra”, declara.

Ainda em fase inicial, o movimento separatista é apoiado também pelos moradores do distrito vizinho, que pertence a Pimenta Bueno. No entanto, ainda não foi aberto oficialmente o debate sobre o tema com os atores públicos que fazem parte da questão, caso dos três municípios que seriam afetados pela concretização da ideia, perdendo parte de suas áreas. Por enquanto Paulo e seus companheiros preferem aguardar o resultados das eleições. “Já tivemos promessas de governadores e deputados nas gestões anteriores, assim como na atual, e ninguém se interessa pelos nossos problemas. Por isso, vamos ver quem será eleito para apresentar nossa demanda às pessoas que estarão no poder. Mas, posso garantir que queremos solução breve para nossos problemas”, finalizou.

Fonte: Folha do Sul Online
Postado por: Dimas Ferreira