Enquanto a concorrência prometida pelo prefeito não sai do papel, pessoas “mofam nas paradas de ônibus

Valdemir Caldas

Publicada em 18 de April de 2015 às 11:22:00

Entra eleição, sai eleição, e sempre se assegura que a concorrência para o sistema de transporte de passageiros de Porto Velho será uma das grandes metas a ser consolida quando “eu chegar ao poder”. Ocorre que, passado o período eleitoral, tudo volta a ser como dantes no quartel de Abrantes.

Com o candidato e atual prefeito Mauro Nazif não foi diferente. Durante a campanha, ele prometeu melhorar a qualidade do serviço prestado à população, com a entrada de novas empresas. Pura demagogia.

Os poucos ônibus que circulam pelas ruas da capital só andam lotados, sujos e quem sofre com isso, no final das contas, é o usuário, que chega a esperar até duas horas para pegar uma condução, principalmente nos feriados e finais se semana, quando as empresas reduzem o número de veículos.

E o pior é que a SEMTRAN sabe disso, mas não toma nenhuma providência. Prefere colocar guardas nas esquinas para multarem motoristas e motociclistas incautos, enquanto as concessionárias vão deitando e rolando em cima dos passageiros e zombando da cara do prefeito e da de seus assessores.

As reclamações partem de todos os lados da cidade. Parece que, para essa regra, não há exceção. Já disse (e repito) que a Câmara Municipal precisa chamar a si a responsabilidade e promover um amplo debate com a sociedade sobre o assunto. Deixar nas mãos da SEMTRAN é condenar o usuário ao pleno esquecimento.

Não é de agora que os passageiros vêm sentindo na pele as agruras de um sistema que oscila entre o ruim e o péssimo, sobretudo em termos de cumprimento de horário e número de veículos insuficientes para atender a demanda.

A omissão das concessionárias no cumprimento de suas obrigações, aliada à inércia da administração municipal na defesa dos legítimos interesses dos usuários, indicam a necessidade da atuação do Ministério Público de Rondônia para impor tanto as empresas quanto às autoridades municipais a obrigação de encontrarem uma saída para o problema, que é grave.