Estudantes de Tarilândia, em Jaru, denunciam prejuízos com a mediação tecnológica

Logo na elaboração e apresentação do novo método de ensino foram muito convincentes , porém na prática ,está parcialmente desqualificado” diz trecho do relatório dos alunos.

Sintero
Publicada em 10 de agosto de 2018 às 12:49

Estudantes da escola Jaru-uaru, no distrito de Tarilândia, município de Jaru, denunciam em relatório as graves consequências da mediação tecnológica, sistema que substitui aulas presenciais por conteúdo eletrônico, causando sérios prejuízos ao aprendizado.

De acordo com o relatório, encaminhado à Secretaria de Assuntos Educacionais do Sintero, no dia 20 de junho foi realizada uma breve reunião com os alunos que recebem aulas através da mediação tecnológica, quando os problemas foram evidenciados.

Na ocasião os alunos denunciaram que, após muitas promessas, foram convencidos de que a mediação tecnológica seria positiva para a melhoria da qualidade do ensino. No entanto, a decepção não demorou a substituir a expeectativa.

“O projeto Mediação Tecnológica veio com o intuito de trazer benefícios como educação de primeira qualidade, com novas experiências, além dos alunos saírem com o diploma do IFRO já qualificados para o mercado de trabalho. Logo na elaboração e apresentação do novo método de ensino foram muito convincentes , porém na prática ,está parcialmente desqualificado” diz trecho do relatório dos alunos.

Eles vão além, comparando a expectativa com a realidade. “Expectativa: alunos mais aptos para o mercado, evoluídos e cheios de qualificação. Realidade: alunos com baixo rendimento escolar, inconformados com a pressa e a falta de apoio dos professores. Expectativa: cada aluno com o seu computador portátil, revendo as aulas com acesso a conteúdos e a contatos virtuais com o professor para tirar dúvidas. Realidade: alunos copiando desesperadamente, e sem auxílio de profssores para tirar dúvidas a respeito das atividades. Alguns alunos estão tendo que se submeter ao uso de óculos pelo esforço na vista por ficarem muito tempo diante da tela, o que também causa muitas dores de cabeça”.

Outra situação que desqualifica a mediação tecnológica aplicada em Tarilândia é o fato de que as revisões de conteúdos são dispensadas. ”Os professores são bons,mas a explicações rápidas, não tem como acompanhar”, dizem os alunos.

Os problemas se agravam pela falta de material didático e pelo abandono. Os estudantes dizem que em todas as salas há os que querem aprender e os que não querem. Em consulta aos alunos, alguns dizem que apoiam a mediação tecnológica com as justificativas de que podem dormir na sala de aula e de que só têm três provas, o que torna mais fácil a aprovação mesmo sem terem aprendido o conteúdo.

A secretária de Assuntos Educacionais do Sintero, Francisca Diniz de Melo Martins reuniu todo o material e encaminhou à CNTE, em Brasília. “Não podemos aceitar o que estão fazendo com esses alunos. Isso é um crime, pois estão tirando dessas crianças e jovens a chance de competir no mercado de trabalho qualificado, de passarem no ENEM, de serem aprovados em um vestibular ou mesmo de chegarem a uma faculdade”, disse.

A presidente do Sintero, Lionilda Simão, disse que o sindicato tem denunciado a precariedade da mediação tecnológica, a falta de professores e o descaso, especialmente em locais distantes. “A Constituição diz que a educação é dever do estado e direito dos cidadãos. Nesses casos relatados o poder público está negando esse direito às crianças e aos jovens. A nossa luta é por ensino público de qualidade, com professores bem qualificados, valorizados e bem remunerados”, disse Lionilda Simão.

Comentários

    Seja o primeiro a comentar

Envie seu Comentário

 
Winz

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook