Falta de manutenção na BR-364 é uma tragédia e revela pouco caso do DNIT, diz Padre Ton

Indignado, ele diz que não entende porque “obras de manutenção” estão paradas, com a desculpa de chuvas, enquanto as obras de construção do viaduto de Ji Paraná “estão a todo vapor”. “

Publicada em 19/02/2013 às 17:06:00

A falta de manutenção na BR-364 é uma tragédia, e o perigo de acidentes com morte é constante sem que até agora o DNIT tenha conseguido resolver o problema. A qualquer momento pode acontecer um acidente de proporções inimagináveis.

A advertência é do deputado federal Padre Ton (PT-RO), que pediu a assessores de Cacoal e Ji Paraná para fotografarem trechos da rodovia “completamente esburacada, sem asfalto e sem acostamento” para levar ao diretor-geral da autarquia ,general Jorge Fraxe. Na última semana e durante o Carnaval, o deputado, que cumpriu agenda em diversos municípios de Rondônia, percorreu a BR-364, especialmente no trecho de Pimenta Bueno a Ji-Paraná, “esburacado, sem asfalto, sem condições de ultrapassagem com o mínimo de segurança”.

Indignado, ele diz que não entende porque “obras de manutenção” estão paradas, com a desculpa de chuvas, enquanto que as obras de construção do viaduto de Ji Paraná “estão a todo vapor”.

“Durante todo o ano passado tratamos do problema com o DNIT, cobramos licitação para manutenção e restauração completa. E não estamos vendo essa manutenção, muito embora, há quase um ano, o órgão tenha informando que fez licitação para manter em bom estado toda a extensão da rodovia. A manutenção não pode parar; a 364 tem trânsito pesado de carretas e caminhões, e precisa ser feito um trabalho com qualidade e de forma constante”, afirma o deputado.

A restauração tem sido, segundo o deputado, artificial. “Não adianta fazer essas operações tapa-buracos. De um dia para outro todo o serviço é perdido. A população tem pressa na revitalização completa, prometida desde 2009, com asfalto novo, sinalização, acostamento e duplicação. É preciso prioridade total para a nossa rodovia”, queixa-se Padre Ton.

O caminhoneiro José Alves da Silva, 43 anos, danificou sua carreta num acidente com outro veículo de mesmo porte, por causa da impossibilidade de se desviar dos buracos. “Alguém precisa olhar por nós. Sou um trabalhador nas estradas, carregando riquezas para o meu país. Quando saio de casa, minha família nunca sabe se vou voltar vivo. Chegar em casa de novo e poder abraça-los é quase uma loteria. Queremos respeito”, desabafou, apertado na estreita rodovia tentando consertar a carreta.

“Não podemos mais assistir discursos de que um novo asfalto será feito, porque a população não aguenta mais o sofrimento, pois muitas vidas se foram e continuam indo”, disse Gervano Vicent, assessor de Padre Ton em Cacoal e que presenciou o acidente sofrido pelo caminhoneiro.

A licitação de recuperação completa da BR-364 foi feita em quatro lotes, e hoje (19), em novo contato com o superintendente do DNIT, André Reitz do Valle, ao deputado Padre Ton foi informado que em maio devem ser iniciados os trabalhos de recuperação de Ouro Preto do Oeste a Rio Preto do  Crespo, cuja licitação está pronta, mas depende da liberação de orçamento para começar as obras. Outro lote, entre Rio Preto do Crespo a Porto Velho, foi licitado mas está em litígio porque uma empresa perdedora abriu processo contra o certame. Está para julgamento e espera-se que até o mês de abril a pendência seja resolvida, para também iniciar as obras em maio.

“Em setembro estive em Pimenta Bueno, quando o DNIT anunciou a Ordem de Serviço para a restauração do trecho Pimenta Bueno-Ouro Preto, um trecho de 190 quilômetros, mas tudo é lento, acho que há pouco caso com Rondônia. A população e os caminhoneiros que trazem alimentos e produtos para a nossa região têm muitos danos materiais, sem contar as vítimas fatais que continuam inchando as estatísticas. O DNIT precisa dar toda prioridade a Rondônia”, diz Padre Ton.