Farquhar e o Centenário da Ferrovia do Diabo

Não tinha como ter desenvolvimento nacional. Tendo que competir com esse pirata do capital estrangeiro.

Publicada em 27/07/2012 às 10:14:00

Percival Farquhar,
Foi um magnata agiota internacional
Gerenciou negócios desde a Rússia
Até à América Central
Teve grandes privilégios no Brasil
Apoiado pelas elites criminosas antinacional.

Era um grande capitalista americano
Um pirata das finanças internacional
Mas, foi no Brasil
Onde ele ergueu seu império colossal
A República do Café com Leite
Com esse truste teve um papel serviçal.

Nos primeiros trinta anos do século passado
Chegou a ser considerado o maior latifundiário brasileiro
Era pecuarista, tinha empresas de navegação, exportava madeira, minério...
Monopolizou o ramo de construção de ferrovias por inteiro
Não tinha como ter desenvolvimento nacional
Tendo que competir com esse pirata do capital estrangeiro.

Nas primeiras décadas do século passado
Em vários governos ele foi um homem influente
Desde o governo Rodrigues Alves
A Getulio Vargas Presidente
Em qualquer grande obra brasileira
Ele sempre estava presente.

Para a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré
Ele foi quem manipulou a concessão
Um negocio milionário
À custa de nossa nação
Era um magnata extremamente esperto
Seus negócios eram recheados de corrupção.

A estrada tinha que ser construída
Custe o que custar
Não interessava quantos quilômetros
Da selva amazônica tivesse que derrubar
Ou quantas tribos indígenas
Tivesse que dizimar.

Na construção da estrada de ferro Madeira Mamoré
Sua companhia agenciou trabalhadores no mundo inteiro
Eram duramente explorados
Tratados como porcos no chiqueiro
Vivendo em condições sob humanas
Operários brasileiros e estrangeiros.

A “ferrovia do diabo”
Assim foi apelidada a Madeira Mamoré
Ligou o nada a lugar nenhum
Sérvio pra cumprir o tratado de Petrópolis que o Brasil deu Fé
Além de construir a estrada de ferro ele tinha um intento
Se apoderar das riquezas dos vales do Madeira, Guaporé e Mamoré.

Após ter sido construída a estrada
Recebeu 102 mil contos de reis pela conclusão
Relativo a 28 toneladas de ouro
Preço pago em dobro ao canastrão
Assim funcionava seus negócios
Preço pago com o erário de nossa nação.

Este canalhocrata
Nunca teve nenhum compromisso com o Brasil
Onde ele colocava os pés
Deixava um rastro de destruição, foi assim que sempre ágio
Ele foi responsável pela degradação da Mata Atlântica no sul e sudeste do país
Na defesa da reprodução do seu capital agia a qualquer custo este era o seu perfil.

Em primeiro de agosto de 1912,
Era inaugurada a parafernália
Mais uma grande façanha
Na história desse testa de ferro do capital canalha
Cem anos depois, uma conclusão:
O capitalismo continua selvagem e egoísta mais sofisticado com sua gentalha.

Fazendo esse cordel
Me veio um questionamento que me deixou perturbado
Me respondam os colegas historiadores,
Farquhar esteve ou não esteve aqui esse cabra danado?
Até onde eu sei, só foi até Manaus
Com medo de vir aqui e pelo mosquito da malária ser picado.

Após escrever essa prosa eu tomei uma atitude
Resolvi uma mensagem a câmera dos vereadores encaminhar
Solicitando a alteração do nome da avenida
Que presta homenagem a Percival Farquhar
Que coloquem: Bolívar , Maria Eunice , Bahia , Tartaruga , Manelão ...
Paulo Queiroz , Ely , Bailarina da Praça , Valverde ou Paulo Fuar.

Francisco Batista Pantera é Professor, Jornalista ,Poeta e Militante Comunista.