Fogaça vai à Extrema e ajuda a mediar conflito entre índios e agricultores

Terra Legal já estaria de posse de um mapa atualizado, onde as glebas Euclides da Cunha e Marmelo

Publicada em 18 de May de 2015 às 09:13:00

Porto Velho, RO - O vereador petebista foi ao distrito para participar, a convite do deputado estadual tucano Jean de Oliveira, de Audiência Pública promovida pela Assembleia Legislativa de Rondônia. Autoridades política se uniram a fim de evitar o confronto.

O impasse surgiu quando a Justiça Federal determinou que a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) redemarcasse a reserva indígena. “Recebi esse convite do deputado Jean de Oliveira e estou aqui participando da audiência com o mesmo intuito dos demais presentes: evitar um conflito desnecessário. Aliás, qualquer conflito desencadeado precede da falta de diálogo, de discussões, de trazer a verdade à tona. Sou vereador de Porto Velho e a missão trazida pelo parlamentar é de interesse social. Sairemos daqui com esclarecimentos e a solução”, disse Fogaça na ocasião.
Todo o impasse surgiu a partir de uma notícia que chegou à Ponta do Abunã. A informação que tem se espalhado pela localidade é que uma empresa de georreferenciamento, a serviço do Terra Legal, já estaria de posse de um mapa atualizado, onde as glebas Euclides da Cunha e Marmelo passariam a fazer parte, nessa redemarcação, das terras indígenas Kaxarari.

O Terra Legal é um programa de iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário, com o objetivo de promover a regularização fundiária de ocupações em terras públicas federais situadas na Amazônia Legal. A redemarcação seria uma reivindicação da FUNAI e a entidade de defesa dos indígenas, através de ofício, informou que tudo não passou de boato, acalmando os ânimos exaltados.

Famílias

Mais de mil famílias de produtores rurais vivem há décadas na região, até por se tratar de um assentamento legal do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), de 1983, denominado Projeto Alto Madeira.

Região Ponta do Abunã

A região é rica e a produção agropecuária é desenvolvida na Ponta do Abunã. No local está localizado o maior rebanho bovino do Município de Porto Velho e também existe uma produção agrícola diversificada, com plantio de soja, milho, feijão, arroz, macaxeira, abacaxi, além da produção de verduras e legumes.

Farinha

No local também está localizada a maior fábrica de farinha de Porto Velho. É onde está situada a Associação dos Pequenos Agros silvicultores do Projeto RECA, exemplo de uma organização social, produtiva e de base familiar comunitária, referência mundial pelo jeito de promover sustentabilidade respeitando a sociobiodiversidade amazônica.

Índios Kaxarari

As lideranças indígenas Zezinho, Ari, Francisca e outros da etnia Kaxarari informaram aos presentes que não têm interesse em tirar os agricultores das terras, uma reivindicação dos seus antepassados. Mas hoje as novas lideranças não têm essa pretensão.

Documento

A cacique Marizina, em nome dos oito demais da aldeia Kaxarari, disse:

“Nós índios não temos a intenção de que o Governo Federal venha prejudicar a vida de nenhum de nossos vizinhos, mas queremos que o governo aumente a nossa reserva até o Rio Ituchipara, para que eles venham desfrutar de mais produtos da natureza, que gostamos de verdade. É tudo da natureza. Os índios não querem terra desmatada”, relatou.
Marizina alertou que seu povo tem receio de um conflito na região entre famílias de pequenos agricultores e os índios, caso essa polêmica não seja logo esclarecida e resolvida.

Assessoria