Funcionalismo do Cone Sul prepara protesto contra nomeação de “apadrinhados”

A tradição política confirma que muitos órgãos públicos são fatiados por partidos e aliados de campanha daquele que venceu a disputa eleitoral.

Publicada em 26 de January de 2015 às 18:22:00

Vilhena, Rondônia - A aproximação do período da confirmação – ou não – de mudanças no comando de representações governamentais no interior de Rondônia abre expectativa sobre como pode ser conduzida a relação entre o governo e o funcionalismo estadual. A partir do início de fevereiro começa a definição quanto à ocupação dos cargos de mando em representações governamentais do interior, que está condicionada à posse dos novos deputados – marcada para o próximo domingo, 1° de fevereiro, às 14 horas, na capital. Esta condicionante às nomeações representa o aspecto político embutido nas decisões dos nomes de gestores, fator que gera descontentamento aos servidores de carreira. Por isso pode ocorrer reação do funcionalismo, inclusive em Vilhena, e a batata-quente pode ir parar nas mãos do vice-governador Daniel Pereira, do PSB .

A tradição política confirma que muitos órgãos públicos são fatiados por partidos e aliados de campanha daquele que venceu a disputa eleitoral. Pessoas são escolhidas para postos de comando na máquina pública na base do “compadrismo” e não por referências técnicas ou históricas no setor. E assume o controle em posição superior aos funcionários concursados que executam as ações, inclusive com posição de poder superior. Tem gente cansada disso.

A reportagem da FOLHA DO SUL ON LINE apurou que numa categoria do funcionalismo o sindicato está mobilizado quanto ao assunto, e pode promover manifestações. “Nossa posição é que a chefia deve ser de responsabilidade de um servidor de carreira”, declarou o representante sindical do segmento em Vilhena. Já há dois nomes cotados para o comando do órgão, e nenhum deles agrada. “Nada contra as pessoas, o alvo é este critério de escolha”, afirma a fonte. Tal posicionamento, segundo ele, é geral em todo o Estado.

Há também outros aspectos que motivam o funcionalismo a conquistar espaço e poder no meio público. A detectada hesitação do governador reeleito Confúcio Moura (PMDB) nos embates com os servidores atiça os mais exaltados. Outros, mais pragmáticos, devem voltar o foco ao vice-governador Daniel Pereira, histórico elemento do movimento sindical do funcionalismo em Rondônia. “Daniel sempre esteve ao lado dos servidores, e é responsável por muitas conquistas. Não esperamos dele nada além de ponderação e negociação”, encerrou o informante, que exigiu sigilo do nome e representação governamental da qual faz parte.


Fonte: Folha do Sul Online
Postado por: Dimas Ferreira