Hiran Gallo vê viés ideológico na importação de médicos cubanos

Para ele, há claramente um viés ideológico nessa iniciativa, já que essa oportunidade de vir trabalhar no Brasil poderia ser estendida aos médicos de outros países.

Publicada em 18/05/2013 às 12:08:00

O médico rondoniense Hiran Gallo, diretor-tesoureiro do Conselho Federal de Medicina, engrossa o coro contra a maneira como o governo brasileiro quer importar cerca de seis mil médicos cubanos para trabalhar nas periferias das grandes cidades e nas regiões mais remotas do país. Segundo Gallo, com essa tentativa, o Governo da presidente Dilma Roussef deixa claro que quer instituir um tipo de medicina para os pobres e outro para os ricos. Para ele, há claramente um viés ideológico nessa iniciativa, já que essa oportunidade de vir trabalhar no Brasil poderia ser estendida aos médicos de outros países.

“Quem tem dinheiro vai para o Beneficiência Portuguesa, para o Einstein ou Sírio Libanês, enquanto os pobres serão atendidos por médicos não habilitados que trabalharão no brasão em regime de escravidão, com os lucros dos seus trabalhos sendo enviados diretamente ao governo comunista e ditador de Cuba”, disse o médico, que informa ainda ter chegado ao conhecimento do CFM que os médicos cubanos seriam contratados por cerca de 6 mil reais por mês, mas só receberiam cerca de 1.200 reais. O restante será enviado diretamente para o Governo Cubano.

Hiran Gallo deixa claro que o Conselho Federal de Medicina, embora não veja nessa iniciativa a possibilidade de resolver o problema da ausência de médicos nas localidades mais distantes dos grandes centros, não é contra a entrada de médicos estrangeiros ou de brasileiros formados no exterior. Mas é preciso que todos passem pelo Revalida, para comprovar sua capacidade para clinicar nossa população. “Somos favoráveis ao cumprimento da legislação em vigor, porque ela protege o cidadão contra maus profissionais”, reitera.

Para o médico rondoniense, a intenção do Governo Federal, da forma como está sendo apresentada, dá a impressão de que o Governo do PT quer, na verdade, por questões ideológicas, fazer um auxílio financeiro ao Governo Cubano e, para isso, quer escravizar esses médicos cubanos.

CFM entra na Justiça Nesta quinta-feira (16), o Conselho Federal de Medicina deu entrada na Procuradoria Geral da República (PGR), com uma representação contra os ministros da Saúde, Educação e Relações Exteriores – respectivamente, Alexandre Padilha, Aloízio Mercadante e Antônio Patriota. A entidade quer esclarecimentos sobre supostos projetos e acordos para assegurar a entrada no país de médicos estrangeiros e de brasileiros portadores de diplomas obtidos no exterior.
Na representação, a entidade argumenta sobre os riscos da importação de médicos sem critérios. Para o CFM, esta medida fere a autonomia nacional, desrespeita a legislação que regula o ingresso de médicos no país, coloca em risco a qualidade da assistência oferecida à população e não resolve de forma definitiva o atendimento em saúde das áreas de difícil provimento no interior e nas periferias dos grandes centros.

Proteção de direitos - Em sua argumentação, o CFM conclama o Ministério Público a apurar as suspeitas de irregularidade para garantir a proteção dos interesses do cidadão brasileiro. “Não admitimos uma medicina de segunda para os mais carentes. Até porque quem está no governo, quando adoece, vai para os hospitais de primeira linha – no Rio de Janeiro e em São Paulo – e não se submete aos cuidados dos médicos importados aos lotes”, afirmou o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila.

Assessoria de Imprensa Cremero
Assessoria de Imprensa CFM