Homem que torturou criança de dois anos até a morte tem condenação mantida pelo TJ/RO
Padrasto rompeu o rim da criança à pancadas. Menor, vítima de intensa violência física e mental, morreu. Sua mãe saiu em defesa do companheiro na justiça.
Da reportagem do Tudorondonia
Porto Velho, Rondônia – Charles Adan Rosa de Andrade, condenado em Vilhena a 13 anos e quatro meses de prisão em regime fechado, pela morte do enteado de apenas dois anos, teve seu recurso de apelação negado pelo Tribunal de Justiça de Rondônia.
Segundo o processo, ele submeteu a criança Kelvyn Washington Rosa, de apenas dois anos de idade, que estava sob sua guarda, a intenso sofrimento físico e mental, utilizando para tanto emprego de violência , como forma de aplicar castigo pessoal, causando-lhe diversas lesões que ocasionaram sua morte.
De acordo com o que foi apurado na data dos fatos, a mãe de Kelvyn saiu para pescar e o deixou dormindo, sob a guarda e responsabilidade do denunciado, que era seu padrasto. Logo após, a criança acordou chorando e pedindo pela mãe, contudo, tal fato irritou o denunciado, que queria dormir , e de maneira desnecessária e sadicamente, com requintes de crueldade, submeteu a vítima a intenso sofrimento físico, causando-lhe as diversas lesões descritas no laudo do IML, entre elas, a ruptura do rim e hemorragia reto estemal, que a levou à morte.
Se não bastasse, restou apurado, ainda, que na semana do natal, quando a mãe do menor tinha ido com a sua vizinha a um matadouro, deixou-o com o denunciado, sendo que, ao voltar, encontrou a criança dormindo, o que não era de costume, momento em que a mãe levou a criança até a vizinha para lhe mostrar a lesão na boca da vítima, sendo constatadas também várias marcas, “lapadas”, nas costas e pernas da mesma.
Conforme apurado, sempre que a mãe da criança saía de casa, o denunciado batia excessivamente no menor por todo o seu corpo.
O acusado, em todas as oportunidades em que foi ouvido, confessou que bateu na vítima. Disse que "só bateu e que não matou ". Confirmou que praticava agressões contra o menor, bem como que bateu no mesmo porque este estava
chorando, pois sua mãe havia saído e o réu queria dormir.
MÃE DEFENDEU O ASSASSINOA mãe da criança, em que pese tentar defender seu companheiro, confirma que o mesmo ficou sozinho com seu filho e que desde que chegou em casa a vítima estava dormindo, não querendo acordar, porém só viu o
seu corpo roxo no outro dia, quando então levou Kelvyn ao hospital.
Denunciado à justiça pelo Ministério Público de Rondônia, Charles Adan foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão por tortura e assassinato. A sentença foi prolatada pela juíza Liliane Pegoraro Bilharva, da 2a Vara Criminal de Vilhena.
Ele apelou ao Tribunal de Justiça de Rondônia, que, no entanto, manteve a sentença condenatória.
ÍNTEGRA DA DECISÃO