Homem que torturou criança de dois anos até a morte tem condenação mantida pelo TJ/RO

Padrasto rompeu o rim da criança à pancadas. Menor, vítima de intensa violência física e mental, morreu. Sua mãe saiu em defesa do companheiro na justiça.

Publicada em 15/10/2012 às 09:29:00

Da reportagem do Tudorondonia

Porto Velho, Rondônia – Charles Adan Rosa de Andrade, condenado em Vilhena a 13 anos e quatro meses de prisão em regime fechado,  pela morte do enteado de apenas dois anos, teve seu recurso de apelação negado pelo Tribunal de Justiça de Rondônia.

Segundo o processo, ele submeteu a criança Kelvyn Washington Rosa, de apenas  dois anos de idade, que estava sob sua guarda, a intenso sofrimento  físico e mental, utilizando para tanto emprego de violência , como  forma de aplicar castigo pessoal, causando-lhe diversas lesões que  ocasionaram sua morte.

De acordo com o que foi apurado na data dos fatos, a mãe de Kelvyn saiu para  pescar e o deixou dormindo, sob a guarda e responsabilidade do  denunciado, que era seu padrasto. Logo após, a criança acordou  chorando e pedindo pela mãe, contudo, tal fato irritou o denunciado, que  queria dormir , e de maneira desnecessária e sadicamente, com  requintes de crueldade, submeteu a vítima a intenso sofrimento físico,  causando-lhe as diversas lesões descritas no laudo do IML, entre elas, a ruptura do rim e hemorragia reto estemal, que a levou à morte.

Se não bastasse, restou apurado, ainda, que na semana do natal,  quando a mãe do menor tinha ido com a sua vizinha a um matadouro,  deixou-o com o denunciado, sendo que,  ao voltar, encontrou a criança  dormindo, o que não era de costume, momento em que a mãe  levou  a criança até a vizinha para lhe mostrar a lesão na boca da vítima, sendo constatadas também várias marcas, “lapadas”, nas costas e pernas da mesma.

Conforme apurado, sempre que a mãe  da criança saía de casa, o  denunciado batia excessivamente no menor por todo o seu corpo.


O acusado, em todas as  oportunidades em que foi ouvido, confessou que bateu na vítima. Disse  que "só bateu e que não matou ".  Confirmou que praticava  agressões contra o menor, bem como que bateu no mesmo porque este estava
chorando, pois sua mãe havia saído e o réu queria dormir.

MÃE DEFENDEU O ASSASSINOA mãe da criança, em que pese tentar defender seu  companheiro, confirma que o mesmo ficou sozinho com seu filho e que desde que  chegou em casa a vítima estava dormindo,  não querendo acordar, porém só viu o
seu corpo roxo no outro dia, quando então levou Kelvyn ao hospital. 



Denunciado à justiça pelo Ministério Público de Rondônia, Charles Adan foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão por tortura e assassinato. A sentença foi prolatada pela juíza Liliane Pegoraro Bilharva, da 2a Vara Criminal de Vilhena.

Ele apelou ao Tribunal de Justiça de Rondônia, que, no entanto, manteve a sentença condenatória.

ÍNTEGRA DA DECISÃO