Inclusão digital chega para apenados da Penitenciária Estadual Aruana

O projeto Liberdade Digital tem o objetivo de especializar os apenados em informática, preparando-os para retornar ao convívio em sociedade.

Publicada em 26 de January de 2015 às 16:38:00

 Larissa Lopes

 

Aconteceu na quinta-feira (22), na Penitenciária Estadual Aruana, em Porto Velho, a formatura dos reeducandos que participaram do projeto Liberdade Digital.

O evento contou com a presença da secretária adjunta de Justiça, Sirlene Bastos; do gerente da reinserção social, Alessandro Martins; do diretor da unidade, Adriano Furtunato, e representantes do Conselho da Comunidade na Execução Penal.

O projeto Liberdade Digital tem o objetivo de especializar os apenados em informática, preparando-os para retornar ao convívio em sociedade. As capacitações dentro das unidades prisionais são formas de elevar o conhecimento dos reeducandos, além de prepará-los para o mercado de trabalho.

A secretária adjunta, Sirlene Bastos, parabenizou os apenados pela finalização do curso. “Essa unidade é diferenciada, aproveitem ao máximo as oportunidades que são oferecidas a vocês. Quero agradecer a todos que estão presentes, e os demais idealizadores que fizeram esse atividade acontecer”, disse.

O gerente da reinserção social, Alessandro Martins, esteve presente no evento e ficou satisfeito com o interesse da turma. “Hoje temos pessoas elaborando projetos e trabalhando na área. Eu quero que sejam multiplicadores, vocês são pedras preciosas, no dia que descobrirem seu valor, tudo vai ser possível”, comenta.

Segundo o diretor, Adriano Furtunato, a parceria com a reinserção social foi fundamental para a realização da capacitação. “Nós montamos um laboratório de informática em parceria com a gerência de reinserção. Assim surgiu a ideia de formar o projeto Liberdade Digital com 20 vagas inicialmente, uma vez que usamos a mão de obra de dois apenados que ministraram as aulas”, explicou.

Segundo Furtunato, pretende-se agora montar turmas na parte da manhã e tarde, partindo para o módulos mais avançado.

O reeducando Leon Diniz foi um dos instrutores técnicos e acredita que as atividades dentro das penitenciárias são de grande ajuda para controlar a ociosidade dos apenados. “A importância desse curso é no mínimo básico para um começo de ressocialização. Seja qual for à atividade educacional dentro da unidade, é importante que aconteça, pois é uma forma de aumentar seu conhecimento, além de controlar a sua ociosidade”, assinalou.

Cursando informática pela primeira vez, o apenado Lourenço Ferreira, 29 anos, ficou muito feliz por ter feito parte do projeto.

“Nunca tinha feito um curso desses, eu tive medo de ligar o computador, pois foi meu primeiro contato com uma máquina dessas. Achei uma grande oportunidade para mim, tanto na parte de emprego como na mudança de vida porque aprendemos como se comportar em sociedade e no ambiente de trabalho”, comenta.

De acordo com o reeducando Amadeus Marques, 26 anos, participar das atividades vai além da oportunidade da remissão de pena, é a chance de ter um conhecimento a mais. “No meio da área de comunicação, é uma oportunidade ímpar para os apenados”, relata.

Com certificados cedidos pela unidade, se formaram 11 reeducandos nessa primeira turma. O curso de informática teve uma carga horária de 156 horas, e trabalhou conhecimento básico, digitação, Word e Excel.