Instituto de Psiquiatria da USP desacata decisão da justiça de RO

Recentemente, o psiquiatra Luiz Carlos distribuiu nota à imprensa denunciando a arbitrariedade da internação.

Publicada em 10 de July de 2013 às 15:10:00

EDSON LUSTOSA


Desacatando ordem do juiz de direito Ilisir Bueno Rodrigues, da 7ª Vara Cível de Porto Velho, a direção do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP), permanece impedindo o atendimento do psiquiatra Luiz Carlos Pimentel Alves a seu paciente, o empresário rondoniense Kazan Roriz. A decisão foi dada em 21 de junho, determinando que fosse oficiado ao hospital para garantir o acesso do médico a Kazan, mas isso não se concretizou, pois os diretores continuam impedindo o acesso.

Recentemente, o psiquiatra Luiz Carlos distribuiu nota à imprensa denunciando a arbitrariedade da internação. Segundo ele afirma, o médico Ricardo Alberto Moreno, que está atendendo Kazan contra a vontade do próprio paciente, não o deixava conversar com o paciente. A situação agora é mais grave, pois não apenas Moreno, como também os psiquiatras Wagner Gattaz e Luciano Padha, respectivamente diretor geral e diretor executivo do Instituto, estariam determinados a não cumprir ordem da Justiça de Rondônia.

Na reunião realizada na sexa-feira, 5 de julho, os diretores do Instituto apresentaram uma conclusão estarrecedora, ao arrepio do Código de Ética do Conselho Federal de Medicina, afirmando que o Luiz Carlos Alves não poderia visitar o paciente. Como justificativa, os diretores Gattaz e Padha afirmaram que, uma vez proibida a visitação, pelo médico Moreno, eles concordam com o impedimento. Afirmaram agir baseados no Estatuto do Hospital das Clínicas, mesmo agindo contra a ordem juiz Ilisir Bueno Rodrigues.

No entendimento dos dirigentes do Instituto, o estatuto do Hospital das Clínicas estaria acima da capacidade que tem um juiz de direito de tomar uma decisão. Chegaram até mesmo a dizer que, se o juiz quiser, poderá determinar a saída Kazan da internação no hospital, mesmo assim teriam duas horas para atender a ordem. Mas não aceitam a determinação de deixar o médico que já trata dele há três anos ter contato com o paciente porque isso ofenderia o regimento iterno do Hospital das Clínicas.

“A voz do povo de São Paulo, assim como a maioria dos médicos paulistanos, concorda que os médicos do Hospital das Clínicas são uma máfia e que tornam difícil o acesso a essa instituição”, diz Luiz Carlos Alves, acrescentando que “eles não calçam a sandália da humildade, pelo contrário, cada um dentro de si o famoso elefante branco da índia”.