Ivo Cassol alerta para problema social em RO com construção da transoceânica

Segundo Ivo Cassol, se concluída hoje, a ferrovia deixaria somente em Rondônia mais de 6 mil caminhoneiros sem serviço e fecharia restaurantes, borracharias e postos de combustíveis que atuam junto às rodovias.

Publicada em 30 de June de 2016 às 10:25:00

     Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Ivo Cassol (PP-RO) acredita que não existe atualmente real interesse do Brasil, da China e do Peru em construir a ferrovia que permitirá a exportação de produtos brasileiros pelo Oceano Pacífico. Ele lembrou que o escoamento da produção brasileira é feita hoje majoritariamente por caminhões e que o governo federal não quer paralisar a produção desse veículo de carga, que já está reduzida em cerca de 50%.

Além disso, segundo Ivo Cassol, se concluída hoje, a ferrovia deixaria somente em Rondônia mais de 6 mil caminhoneiros sem serviço e fecharia restaurantes, borracharias e postos de combustíveis que atuam junto às rodovias.

- Sou a favor de defender os empregos, a renda que o povo do meu estado tem baseado do transporte de caminhões. Eu sou a favor, sim, da ferrovia, mas com projeto estratégico junto com o governo federal para fomentar a região sem desestruturar quem já está instalado. Não da maneira como estão fazendo - disse o senador.

Ivo Cassol reclamou ainda que foi criada em Rondônia a fantasia de que a ferrovia vai gerar milhares de emprego. Só que seriam empregos passageiros, como ocorreu durante a construção de hidrelétricas no Rio Madeira, observou Cassol.

- A energia está gerando movimento em São Paulo, enquanto em Rondônia ficou o problema social, ficaram os desempregados. Não vai ser diferente com a ferrovia - alertou.

Pílula do câncer

Ivo Cassol disse ainda que não desistiu da luta pela liberação da fosfoetanolamina, substância conhecida como a pílula do câncer.

Como lembrou o senador, o Congresso Nacional aprovou e a presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei liberando o produto, mas essa lei foi questionada pela Associação Médica Brasileira e, agora, o Supremo Tribunal Federal tem que decidir a questão.

Agência Senado