Mais respeito aos idosos

Valdemir Caldas

Publicada em 11 de October de 2015 às 16:30:00

Há setores da sociedade que insistem em criar e alimentar preconceitos contra os idosos, humilhando-os e desrespeitando-os, como se velho fosse lixo para ser tratado com desprezo.

Cada pessoa (seja ela adulto, jovem ou idoso) tem sua importância no contexto social. O idoso tem sua colaboração a dar e, portanto, merece respeito e consideração. Assim como a criança, o jovem e adulto, ele também precisa de carinho e compreensão.

No Brasil de hoje, contudo, velho é sinônimo de inutilidade para algumas cabeças ocas, algo imprestável. No serviço público, por exemplo, é visível a discriminação e o desrespeito contra os idosos, com raras exceções.E já houve quem um dia os chamasse de vagabundos. Uma ignominia com esses que fizeram de suas vidas verdadeiros tesouros de ensinamentos e bons serviços e, por esse e outros motivos, merecem ser tratados com dignidade e reverência.

Por incrível que pareça, ainda tem gente que acha que uma pessoa acima de sessenta, setenta, oitenta anos, perdeu completamente a capacidade discernir, de criar e de inovar. Velhice não é uma doença. Semana passada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou a “desaposentação”,possibilitando, assim, o recálculo da aposentadoria após a pessoa ter continuado a trabalhar depois da inatividade.

O já falecido Lourival Chagas da Silva, mais conhecido como professor Lourival, foi servidor público por sete décadas, das quais duas e meia no exercício de cargo comissionado na prefeitura de Porto Velho. Apadrinhamento? Não! Competência, lucidez, seriedade, lealdade, honestidade, serenidade, criatividade, dentre outros atributos indeléveis. E o que dizer ainda do também falecido Esron Penha de Menezes, carinhosamente chamado de capitão Esron. Foram Oitenta e três anos de serviço público.

José Mariano Leite Brasil e Alexander Duncan Mc Donald Davy são servidores aposentados pela Câmara Municipal de Porto Velho. Ambos, já superaram a barreira dos setenta e dois anos, mas continuam em plena atividade no Legislativo Municipal. Fale o assunto e Mariano diz o número da lei que foi aprovada há dez, quinze anos ou mais. Alexander, por sua vez, conhece tudo sobre o Regimento Interno e a Lei Orgânica Municipal. Os livros de registro estão caindo aos pedaços, mas suas mentes estão cada vez ativas. Não é à toa que eles são chamados de enciclopédias ambulantes.

Aos 94 anos, o jornalista e diretor docentenário Alto Madeira, Euro Tourinho, é um dos primeiros a chegar à redação do jornal é o último a sair. O colunista social Ciro Pinheiro está em atividade há 50 anos, com uma lucidez de fazer inveja a muita gente.

Essas pessoas são provas claras e evidentes de que os valores, quando autênticos, sempre são reconhecidos e, com isso, convocados para produzirem, levando para o serviço público ou privado a experiência adquirida ao longo dos anos. São, portanto, merecedoras de todo o nosso respeito e admiração, exemplos de vida nos quais devemos mirar, sobretudo nos dias atuais.