Mais respeito aos que cuidam da nossa saúde

Valdemir Caldas

Publicada em 27 de April de 2015 às 19:51:00

Reportagem deste Tudo Rondônia chama a atenção de entidades do trabalho e de classe para as condições degradantes a que estariam sendo submetidos médicos residentes do Hospital de Base Ary Pinheiro.

Curiosamente, quando criticamos a má qualidade dos serviços de saúde pública, esquecemo-nos de incluir no cipoal de deficiências as precárias condições de trabalho e os aviltantes salários pagos aos profissionais da área, como se isso não influísse de alguma maneira no atendimento à população.

Em Rondônia, como de resto em todo o país, é notoriamente conhecido o aviltamento salarial conferido aos nossos médicos. Impossível conviver com essa situação. Como compatibilizar o exercício da função, que requer conhecimento, com preocupações tão primárias, como a própria sobrevivência e da família.

Como exigir dedicação exclusiva de um médico, que ele não tenha três ou quatro empregos, ou, então, que se mantenha atualizado, com as altíssimas despesas para a aquisição periódica de livros e outras publicações do gênero, isso, evidentemente, sem falar na participação em congressos, seminários e conferências, que tem de ser pago pelo próprio profissional?
Compare-se o salário de um médico, que estudou seis anos ou mais numa universidade, tem vultosas responsabilidades com a sua profissão e trabalha sessenta horas ou mais por semana, com o de um deputado estadual, por exemplo, que ganha rios de dinheiro para comparecer ao plenário duas ou, no máximo, três vezes por semana, com direito a incontáveis mordomias.

Se com saúde não se brinca, como dizem alguns, principalmente políticos, em campanha eleitoral, também se não deve brincar com a dignidade daqueles que cuidam da nossa saúde: os profissionais da medicina.