Mais uma secretaria para quê?

Valdemir Caldas

Publicada em 03 de March de 2015 às 13:27:00

É sabido que o Estado de Rondônia atravessa um momento extremamente difícil, com problemas crônicos nas áreas da saúde e educação (apenas para ficar nesses dois exemplos), que exigem do governador Confúcio Moura a adoção de medidas eficazes e urgentes. Por isso, soa extemporânea a ideia se inventar novas fontes de despesas, como a criação de secretarias.

Com todo respeito ao deputado estadual Léo Moraes (PTB), mas a criação da Secretaria Extraordinária de Gestão Metropolitana de Porto Velho em nada ajudaria o município, pois o que falta à administração Mauro Nazif é planejamento, formulação e execução de programas e projetos e cumprimento de metas, já que recursos há.

O governo do Estado pode ajudar a capital de outras maneiras, através de parcerias, sem, contudo, precisar criar mais uma sinecura. É prática, aqui e alhures, a criação de órgãos públicos, a pretexto de satisfazer necessidades de segmentos diferenciados da sociedade.

Por causa disso, proliferaram autarquias, sociedades de economia mista e empresas públicas. Neste particular, a engenhosidade de seus autores e tanta que, mesmo instituições criadas para estudar e resolver problemas emergências, acabam sendo incorporadas à estrutura de governo, ganhando status de órgãos permanentes.

Louvável a preocupação do deputado com Porto Velho, mas essa secretaria, uma vez criada, seria mais um cabide de emprego, como tantos outros que existem espalhados pelos mais diferentes níveis de poder, simplesmente para acomodar parentes e apaniguados de políticos, muitos dos quais sem nenhum conhecimento das funções para as quais foram nomeados e são mantidos com recursos do contribuinte.

Com ou sem a criação dessa secretaria, Porto Velho vai continuar com características de cidade abandonada, cujo governo relevou-se impotente para resolver problemas e diminuir o sofrimento de parcelas esquecidas da sociedade.