Mão assassina

Valdemir Caldas (*)

Publicada em 19/01/2013 às 09:42:00

A situação da segurança pública em Porto Velho apresenta-se cada dia mais grave. Entra governo, sai governo, e tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.

Estranhamente, durante as campanhas eleitorais, os candidatos prometem mais segurança à população, saúde e educação de qualidade. Uma vez no poder, passam a cuidar de seus interesses pessoais e de apaniguados e mandam às favas as promessas feitas ao povo.

Enquanto isso, acumulam-se os crimes considerados insolúveis, ao mesmo tempo em que cresce o número de registros de homicídios e outros delitos, cujos autores permanecem na obscuridade, longe das garras da justiça.

Na noite de quarta feita, um jovem de vinte e dois anos foi baleado na cabeça, quando saia de sua casa, no conjunto 22 de dezembro, dirigindo seu veículo, para ir a um supermercado.

Estudos revelam que Porto Velho é, hoje, uma das capitais mais violentas do país, embora os responsáveis pelo setor da segurança pública – que ganham da sociedade para deter a onda de violência que a ameaça e coloca em xeque muitas de suas instituições públicas – insistem em dizer o contrário, ou seja, que vivemos num paraíso.

Não que a crueldade praticada contra o filho do ex-vereador e professor Mário Jorge seja um acontecimento diferente e, por isso mesmo, merecedora dessas considerações.

Diariamente, em todos os bairros e por qualquer motivo, muitas vezes de uma irrelevância que torna inexplicável a sua explosão, pessoas são covardemente assinadas, privando-se famílias dos chefes e condenando crianças ao desamparo de um futuro incerto.

Não sou um estudioso do assunto para esmiuçar os motivos determinantes dessa onda de bestialidade que domina a capital porto-velhense, mas como cidadão e porta-voz daqueles que não dispõem dos meios necessários para gritar pelos seus direitos, não posso deixar de apelar às autoridades para que instrumentem cada vez melhor os organismos policiais, a fim de que eles possam se tornar verdadeiramente protetores da sociedade.

Antes, porém, precisam atacar as causas da violência, pois a população está com a paciência saturada de esperar pelas devidas providências que jamais saíram do campo das boas intenções e dos discursos oficiais.