Meses atrás, o líder do PSDB na Câmara Municipal de Porto Velho, vereador Edemilson Lemos, foi à tribuna e anunciou, com todas as letras, em alto e bom som, para que todos entendessem, que a deputada federal Mariana Carvalho disputará a próxima eleição para a prefeitura da capital.

Há seis dias, li que Mariana teria manifestado ao seu partido o desejo de brigar pelo palácio Tancredo Neves. Na ocasião, teria escalado o ex-senador Expedito Junior para cuidar da agenda política e costurar possíveis acordos.

Agora, leio que o PSDB, com as bênçãos de Mariana, indicará o vice na chapa do prefeito Mauro Nazif (PSB), que tentará a reeleição. Mariana e Nazif, juntos! Difícil acreditar? Que nada! É assim que se pratica politica, no Brasil. Uma mão dá enquanto a outra recebe.

Há alguma coisa muito estranha nessa história. Mariana é uma jovem política em ascensão. Saiu da Câmara Municipal para disputar a prefeitura da capital, em 2012. Foram mais de 274 mil votos. Em 2014, elegeu-se deputada federal, com quase 500 mil votos.

Hoje, Mariana é considerada pela maioria dos institutos de pesquisa como uma forte candidata à sucessão de Nazif. Por que, então, jogaria essa oportunidade pela janela? Em troca do que ela apoiaria um politico em final de carreira, responsável por um governo de quem nada mais se pode esperar, senão o prolongamento de sua agonia?

O governo Nazif acabou. Não passou de uma ilusão, de um porre de carnaval. Chegou ao fim e da pior maneira possível. Não há mais nada que se possa fazer para mudar o péssimo conceito de que ele desfruta junto à maioria da população. Chegamos ao fim de um período administrativo marcado pela incompetência e pelo desrespeito à sociedade.

O eleitor vê essas coisas e, simplesmente, não compreende, apenas pensa que, quanto mais os políticos se escondem para fazerem alguma coisa, é sinal de que essa coisa tem fortes motivos para não aparecer à luz do sol.