Marinha do Brasil pode participar da gestão do barco-hospital de Rondônia

A previsão do Governo de Rondônia é iniciar a operação do atendimento de saúde básica no segundo semestre deste ano.

Publicada em 23 de June de 2016 às 12:32:00

A Marinha do Brasil poderá colaborar com orientações técnicas, para a operação e gestão do barco-hospital de Rondônia, entregue ao governo pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR), responsável pela usina de Jirau, em cumprimento à compensação social, para atender à população ribeirinha à margem dos rios Mamoré e Guaporé. A previsão do Governo de Rondônia é iniciar a operação do atendimento de saúde básica no segundo semestre deste ano.

Reunião com o vice-governador trata da entrada em operação de barco-hospital

Reunião com o vice-governador trata da entrada em operação de barco-hospital

A possibilidade de colaboração foi debatida na tarde dessa quarta-feira (22), pelo vice-governador Daniel Pereira; o secretário estadual de Saúde, Luiz Maiorquim; o coronel Mauricio Marcondes Gualberto (Casa Militar), general Costa Neves (17ª Brigada), delegado fluvial da Marinha em Rondônia, Carlos Felix; e o vice-almirante Luís Antônio Rodrigues Necht (comandante do 9º Distrito naval, sediado em Manaus).

O barco-hospital está ancorado no rio Mamoré, em Guajará-Mirim. O almirante Luís Necht disse que desde a década de 70 a Marinha do Brasil desenvolve ações de atendimento à população mais carente da Amazônia, e uma das atividades mais consistentes e importantes é desempenhada por equipe de médicos e profissionais militares da saúde que promovem o atendimento à população do Acre no navio de Assistência Hospitalar Doutor Montenegro, há 16 anos.

“De antemão posso oferecer uma reunião com o comando que cuida das questões de logística para que possa prestar alguma orientação de como poderiam conduzir a operação desse trabalho, que requer guarnecimento (abastecimento) e outras medidas relacionadas a sua manutenção e deslocamento”, disse o vice-almirante Luís Necht.

O secretário Maiorquim calcula em 4 a 5 mil a capacidade de atendimento médico e odontológico, para um período de 15  dias de assistência, no barco-hospital avaliado em R$ 4 milhões, e equipado com aparelhos médicos. Já a preocupação do chefe da Casa Militar, coronel Mauricio Marcondes Gualberto é com a segurança e manutenção. “Nossa preocupação maior é onde ficará atracado o barco; são equipamentos caríssimos”, afirmou o coronel.

A documentação exigida pela Marinha para entrada em operação do barco-hospital já foi providenciada pela Casa Militar, responsável pela embarcação. Os aparelhos e equipamentos foram entregues no início deste mês e, conforme divulgado pela ESBR, serão equipados três consultórios, salas de enfermagem, triagem, nebulização, procedimentos e curativos, além da sala de coleta, laboratório, farmácia, cozinha e lavanderia. O tombamento do patrimônio de todo o material está sendo realizado.

O vice-governador ressaltou a importância do atendimento médico às populações ribeirinhas, que passam por dificuldade extrema para ter atendimento convencional de saúde. Segundo ele, o barco-hospital poderá estender o atendimento aos ribeirinhos bolivianos.

A Secretaria de Estado da Saúde já define a equipe que irá compor o atendimento, formada pelo tripé clínico medico, pediatra e ginecologista, com presença pontual de cardiologista, havendo a possibilidade de agregar em um segundo momento assistente social e fisioterapeuta às atividades do barco-hospital.

O secretário Maiorquim disse que a parceria com as Forças Armadas é fundamental para iniciar a operação do barco-hospital, e que irá providenciar registro dessa unidade fluvial de saúde no Ministério da Saúde para que receba algum recurso destinado a sua manutenção.

O general Costa Neves, da 17ª Brigada, garantiu que o Exército tem todo interesse de ajustar uma forma de trabalhar para que o barco-hospital inicie atividades o mais rápido possível.