Mediação Tecnológica é criticada em audiência pública na ALE

Trabalhadores em educação, trabalhadores rurais e representantes dos movimentos sociais lotaram a galeria da Assembleia Legislativa para acompanhar os debates.

Publicada em 24 de June de 2016 às 08:42:00

O Projeto de Mediação Tecnológica que começou a ser implantado pela Seduc em Rondônia recebeu duras críticas durante audiência pública realizada nesta quinta-feira, dia 23/06, na Assembleia Legislativa de Rondônia, em Porto Velho.

A audiência pública foi convocada pelo deputado estadual Lazinho (PT) a pedido dos movimentos sociais devido aos problemas gerados pela implantação do projeto de Mediação Tecnológica. O Sintero foi convidado a participar do evento.

Além de vários diretores da Executiva e das Regionais do Sintero, participaram representantes da Fetagro, MAB, Via Campesina, MPA, Território da Cidadania, UNIR, CUT, Ministério Público, Tribunal de Justiça e representantes da comunidade.

A secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli, foi pessoalmente defender o projeto. Segundo ela, esta foi a solução encontrada pelo governo para suprir a falta de professores, principalmente nos locais de difícil acesso.

O Sintero e os movimentos sociais não concordam. Alguns dos discursos afirmaram que a mediação tecnológica passou de excessão a regra, e estava sendo implantada indiscriminadamente em locais que poderiam ter professores. Também recebeu muitas críticas o modelo adotado pela Seduc.

Alguns alunos de escolas onde o projeto foi implantado também puderam externar suas opiniões. Duas alunas disseram que a mediação tecnológica está ajudando a melhorar o aprendizado. Uma delas disse embora o projeto seja bom, o melhor mesmo seria a presença de professores em sala de aula.

Outros alunos criticaram severamente e disseram que em vez de ajudar, a mediação tecnológica prejudica o ensino.

Uma mãe de aluno criticou o projeto e deu um depoimento emocionante dizendo que agora a filha tem aulas pela televisão, e que na localidade onde mora não tem energia elétrica nem internet, por isso a mediação tecnológica não trouxe benefícios.

A secretária de Assuntos Educacionais do Sintero e secretária Executiva da CNTE, Claudir Mata, discursou pelo sindicato, e manifestou o posicionamento dos trabalhadores em educação, contrário à mediação tecnológica.

O presidente do Sintero, Manoel Rodrigues da Silva, compôs a mesa principal e também discursou. Ele disse que a educação em Rondônia tem muitos problemas, e que um deles é a falta de professores. Mas a solução, conforme destacou e tem defendido, é a realização de concurso para o preenchimento das vagas, e não a implantação indiscriminada de qualquer projeto. Manoel Rodrigues disse que antes de criar ou implantar um projeto o governo deveria dialogar com a comunidade e discutir com quem entende do assunto, que são os trabalhadores em educação, pois, do contrário, em vez de solucionar um problema o governo prejudica ainda mais a qualidade do ensino.

No final dos trabalhos foi lido pelo deputado estadual Lazinho um documento contendo a síntese dos debates e várias recomendações sobre a mediação tecnológica. Depois de assinado por representantes de todos os setores partiipantes, o documento será encaminhado à Seduc.

Autor: Assessoria de Imprensa - Sintero