Morre Seu Zizi do Mercado Cultural de Porto Velho

“Seu Zizi”, do Bar do Zizi, era o último remanescente dos comerciantes que tinham ponto no antigo Mercado Central de Porto Velho, antes do incêndio que o destruiu parcialmente em 1966.

Publicada em 16 de December de 2014 às 17:33:00

Foi confirmada agora a pouco a morte, nesta terça-feira, do comerciante Alcimar Francisco do Casal,  “Seu Zizi”, do Bar do Zizi, ultimo remanescente dos comerciantes que tinham ponto no antigo Mercado Central de Porto Velho, antes do incêndio que o destruiu parcialmente em 1966.

Amazonense de Terra Nova, “Seu Zizi” deixou sua terra natal aos 22 anos de idade para trabalhar no Acre. Fixou-se depois em Cobija, na Bolívia, na região fronteiriça com o município acreano de Brasiléia. Atuou inicialmente como comprador de borracha e castanha. Com o dinheiro que ganhou nessa atividade comprou o Seringal Campo Esperança. Foi durante esse tempo que conheceu e casou-se com sua esposa, Dona Raimunda Enilce do Casal, com quem teve oito filhos.

Em 1958 vendeu sua parte no seringal e veio com a família para Porto Velho. Sua intenção era pegar um barco e retornar para Manaus, o que não foi possível fazer pois devido ao período de seca, os barcos não estavam vindo até Porto Velho. Foi então que conheceu um seringalista no hotel onde estava hospedado que o convidou para conhecer Jaci Paraná. Lá chegando, gostou do local e ali se estabeleceu como comerciante, vendendo produtos de primeira necessidade para os seringais da região.

Sua atividade no Mercado Central só teve início em 1962 com a compra de um ponto. Ele lembra que, naquela época, a importância do local para a cidade era como se fosse, atualmente, o Shopping Center. “O movimento era muito grande. Em época de festas, como o natal, por exemplo, a gente atendia de cinco em cinco pessoas, por vez, pois a freguesia era grande”.

Em recente entrevista ao Papo News, apresentado na TV Candelária pelo jornalista Sérgio Melo,  “Seu Zizi” rememorou os antigos companheiros de comércio no Mercado Central, inaugurado em 1950 com arquitetura no estilo eclético-neoclássico e parcialmente destruído na década de sessenta, deixando a cidade, feirantes, populares e seus assíduos frequentadores em pavorosa.

Depois de esperar 25 anos por uma decisão judicial que reconheceu seu direito de permanecer no ponto, “Seu Zizi” comemora hoje a revitalização do local, realizada pela administração do prefeito Roberto Sobrinho, transformando-o, agora, em Mercado Cultural.

Ele sofreu um infarto, chegou a ser socorrido mas morreu no hospital. O corpo está sendo velado na Funerária Dom Bosco, na avenida Pinheiro Machado.

As informações sobre a vida de Seu Zizi são do jornalista Sérgio Melo, do Papo News.