Motes no lugar de propostas - Valdemir Caldas

Oferecer educação de qualidade não se restringe apenas a construção de escolas, como pensam alguns postulantes ao governo de Rondônia.

Publicada em 12 de September de 2014 às 17:21:00

Na ausência de programas e propostas consistentes, que prendam a atenção do eleitor e o estimule a deixar o conforto de sua e dirigir-se à secção eleitoral, no próximo mês de outubro, candidatados aos mais variados cargos eletivos, principalmente os que buscam um mandato no Executivo, vêm usando e abusado de frases de efeitos, no horário eleitoral obrigatório, com a finalidade de iludir desavisados. Tais sentenças são divulgadas com a mesma leviandade com que são formuladas.

Por causa disso, a opinião pública, de tempos em tempos, vê-se agredida por afirmativas que não encontram respaldo nas ações do Executivo, nem movem a atuação de parlamentares. Ontem se dizia que “Rondônia era a mais nova estrela no azul da união”. A ideia do “Novo Eldorado” foi a saída encontrada pelo Governo Federal para ocupar a região.

A história ensina que, obedientes a esse e outros motes, muitos políticos engordaram suas contas bancárias e construíram
patrimônio invejável. Não, evidentemente, com o suor do próprio rosto, mas indo fundo no caixa do erário.

Na atual campanha eleitoral, muitos colocam a educação como prioridade das decisões e ações políticas do governo, apontando a construção de novas e modernas escolas como saída para retirar o ensino público do pântano do atraso no qual está imerso.

Não tem dúvida de que parte das nossas dificuldades pode ser debitada a qualidade da educação que se oferece a maioria da população. Nenhum dos graus que se organiza o ensino brasileiro está isento de críticas. Na prática, a educação só aparece como prioridade nos discursos eleitorais e nas solenidades oficiais, assim como os programas de qualidade e as melhorias das instalações físicas e a aquisição de equipamentos sofisticados.

Motes, como se sabe, dão muito mais ênfase à construção que a efetiva mudança de comportamento e práticas. Estes sim,
desviados do que se poderiam considerar objetivos saudáveis.

Oferecer educação de qualidade não se restringe apenas a construção de escolas, como pensam alguns postulantes ao
governo de Rondônia. É preciso trocar motes por ações.