MST publica nota se posicionando contra acusações da imprensa de Rondônia

Jornais atribuíram ao movimento a culpa de conflitos agrários nas cidades de Mirante da Serra, Ouro Preto e Seringueiras.

Publicada em 25 de July de 2016 às 09:06:00

Brasil de Fato

 

"As acusações não são verdadeiras (...) e o MST respeita todas as famílias que se organizam para fazer a luta pela a terra", diz a nota - Créditos: Reprodução/Rondônia em Pauta

"As acusações não são verdadeiras (...) e o MST respeita todas as famílias que se organizam para fazer a luta pela a terra", diz a nota / Reprodução/Rondônia em Pauta

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra publicou nota se posicionando sobre as acusações recebidas da imprensa sobre os conflitos agrários recentes no estado de Rondônia.

Um deles seria a ocupação de uma fazenda  na Linha 14 de Seringueiras, no último dia 17. A acusação do portal G1, direcionada à Liga dos Camponeses Pobres (LCP), é de que "seis homens armados desceram de um ônibus e caminharam em direção à propriedade, onde fizeram o dono da fazenda e um funcionário refém". Portais regionais reproduziram a mesma notícia responsabilizando o MST pela ação.

"As acusações não são verdadeiras (…) e o MST respeita todas as famílias que se organizam para fazer a luta pela a terra", diz a nota. Atualmente, não há relação política entre a LCP e o MST.

O texto argumenta que "o conflito no campo só se resolverá com uma ampla Reforma Agrária, feita com a participação popular, e lembra que lutar por Reforma Agrária é um direito reconhecido pelo nosso ordenamento jurídico, com a instituição da lei 10.469//2002". 

Conforme argumenta um comunicado do movimento, Rondônia é um estado cobiçado por diversos segmentos de exploração do capital, como o da extração de madeira, de minérios, do uso dos rios, para a venda de energia e de água, e do solo, para a produção de monocultivo e pecuária.

"Tudo isso tem colocado a população do campo e da cidade em uma situação de risco e vulnerabilidade, expondo os indígenas, os quilombolas, os extrativistas, os camponeses, os atingidos por barragens e os sem-terras, que muitas vezes se colocam como empecilho para o avanço de tais interesses", diz a nota.

A reclamação é que nada tem sido feito pelas autoridades para mudar o cenário de coronelismo, da má distribuição de riquezas e da concentração de terra em Rondônia e no restante do Brasil. Para o movimento, enquanto isso não mudar, os conflitos irão continuar.