Na despedida da Corregedoria, desembargador Daniel Ribeiro Lagos recebe elogios da ministra do STJ

A ministra classificou as atividades prestadas em Rondônia como um “refinamento dos trabalhos do judiciário”. Um dos pontos que mais chamou atenção da ministra na visita a Rondônia foi a Justiça Rápida Itinerante, programa pioneiro do Poder Judiciário d

Publicada em 01 de December de 2015 às 11:40:00

Após dois anos, chega ao fim, no Tribunal de Justiça de Rondônia,  a gestão do Corregedor Geral de Justiça, desembargador Daniel Ribeiro Lagos. Antes de deixar a cadeira,  o magistrado recebeu elogios da Corregedora Nacional de Justiça, Nancy Andrighi, que ficou impressionada com as ações desenvolvidas no TJRO. As congratulações chegaram por ofício nesse mês. A  ministra classificou as atividades prestadas em Rondônia como um “refinamento dos trabalhos do judiciário”.

“A ministra Nancy tem um histórico de vida inteira na magistratura estadual, fez carreira no Rio Grande do Sul e no Distrito Federal e de lá galgou ao STJ. É uma pessoa reconhecida pelo cuidado e rigor nas orientações e fiscalizações, além de ser muito exigente e observadora. Receber um elogio dela representa o reconhecimento pelo esforço da nossa equipe de apoio e também de todos os outros colegas magistrados”, analisa o Corregedor Geral do TJRO, Daniel Lagos.

Um dos pontos que mais chamou atenção da ministra na visita a Rondônia foi a Justiça Rápida Itinerante, programa pioneiro do Poder Judiciário de Rondônia que leva atendimento às comunidades de difícil acesso nas regiões ribeirinhas. Na época,  a ministra se impressionou como o projeto consegue obter “a proximidade com o povo,  a quem o nosso trabalho é dirigido".

Também foram ressaltados pela ministra "a  humanização da justiça, o diálogo franco do juiz com os cidadãos”

Encantada com o comprometimento dos juízes rondonienses, a ministra do STJ também destacou os trabalhos desenvolvidos pela Corregedoria do TJBA ,que teve 840 mil atos processuais em “regime Especial de Trabalho”.

Antes de se despedir do cargo, o desembargador Daniel Lagos conversou com a equipe de reportagem da Ameron e fez uma análise das tarefas executadas pela Corregedoria estadual nos últimos dois anos. A partir de 2016, Lagos será substituído pelo desembargador Hiram Marques e será deslocado para exercer funções no Tribunal Regional Eleitoral.

Ameron – Como o senhor avalia esses dois anos de gestão?

Lagos - Uma vivência muito importante porque uma coisa é você pegar e executar o seu trabalho isoladamente e solitariamente. Outra coisa é você convencer as pessoas a acreditar nas suas propostas. No nosso caso tem um complicador a mais porque a nossa gestão é voltada para as estratégias, ou seja, temos que mexer em uma forma de fazer, de olhar e administrar. O Judiciário é por natureza conservador.

Ameron – O que isso significa?

Lagos - Significa que temos que propor ao juiz uma abordagem diferente na sua estrutura pessoal, de gerenciamento dos processos, das audiências e dos gabinetes. É algo muito complicado e se nós conseguimos bons resultados significa que a nossa orientação foi ouvida e mais do que isso, os juízes e os servidores acreditaram na orientação correicional e produziram esse resultado.

Ameron – Como o senhor se sente com o resultado obtido?

Lagos - Essa conquista não é nossa (da Corregedoria), é deles. Foram eles que produziram e não nós. A Justiça está melhor graças aos magistrados e servidores, talvez o nosso mérito seja na condição de orientar. Recomendamos que os juízes fossem líderes no âmbito de suas comarcas, estimulassem, fiscalizassem e convencessem na melhor orientação. É muito fácil ser chefe porque chefe manda e é obedecido. O líder não manda, ele partilha, orienta, estimula e os liderados se apropriam das ideias do líder, não é pesado cumprir as missões porque os liderados aderem.

Ameron – Há algo que o senhor se arrepende de ter feito ou que gostaria de implementar mas não conseguiu?

Lagos - Há limitações, seja ela de pessoal, orçamentária e até de percepção. Porém tudo o que foi possível ou percebido, nós enfrentamos sem ter a preocupação de que se agrada ou desagrada; se vai ser bem recebido ou não. Isso é condução da coisa pública e na nossa concepção de gestão é o melhor para a atividade pública, então a gente propõe e procura convencer. Nossa pretensão é deixar um Judiciário melhor do que a gente encontrou.

Ameron – O que mais se destacou nesses últimos dois anos?

Lagos - Agora é a coleta de resultados, ou seja, quando você abre o relatório dos juízes e vê que os números melhoraram. Em algumas comarcas onde o desempenho não melhorou foi porque a gente observou que houve um incremento muito grande da demanda ou do número de serviço, mas continua dando conta.  Portanto melhorou a performance de resolução. O Fórum Cível no inicio da nossa gestão estava em situação de desespero pelo excesso de demanda, o Fórum da Família também estava em situação complicada. A gente dividiu com os magistrados as dificuldades e as propostas de resoluções e agora no final da gestão temos Varas absolutamente sob controle. O ambiente é mais tranquilo, o processo é resolvido com mais calma e isso tudo com a mesma estrutura e com demanda até maior.

Assessoria/Ameron