Nono dia de greve intensificada e bancos continuam desrespeitando bancários e população

Para José Pinheiro, presidente do SEEB-RO, o número crescente de adesões de bancários e de mais agências fechadas comprova que a categoria está disposta a combater com força a falta de sensibilidade dos bancos.

Publicada em 14 de October de 2015 às 16:43:00

O nono dia da greve dos bancários comprovou, na manhã desta quarta-feira, 14/10, que o silêncio dos banqueiros – que parecem ignorar completamente a categoria a nível nacional – só faz aumentar a força da paralisação e, com isso mais adesão de funcionários e maisagências fechadas. O número de agências com as portas fechadas emRondônia aumentou para 112 das 130 agências existentes no Estado.

Ontem, no oitavo dia da greve que atinge 26 estados e o Distrito Federal, 11.437 agências e centros  administrativos paralisaram, um percentual de 83% maior que no primeiro dia.

Para José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), o número crescente de adesões de bancários e de mais agências fechadas comprova que a categoria está disposta a combater com força a falta de sensibilidade dos bancos, que por meio de uma proposta rebaixada no reajuste salarial (5,5%, diante de 9,88% de inflação do período, uma perda de mais de 4%) e um abono de R$ 2.500,00 (pago de uma vez e não incorporado aos salários), afronta os milhares de trabalhadores em todo o país e os obriga a ir à greve lutar pelos seus direitos.

“Nem podemos chamar isso de proposta, mas sim de provocação, de deboche e de desrespeito completo com os trabalhadores. Não vamos nos curvar diante dessa tirania e vamos continuar, dia após dia, aumentando nossa luta e dar uma resposta à altura deste acinte dos banqueiros”, disparou Pinheiro.

A greve nacional dos bancários foi aprovada em assembleias gerais ocorridas nos sindicatos de todo o país no dia 1º e começou no dia 6, e mesmo com o aumento da mobilização, até o momento os banqueiros não
se dispuseram a retomar as negociações. Enquanto isso não acontece, a greve continua.
Itaú
Depois de ameaçar retirar os cartazes de greve de todas as suas agências no Estado e após uma pressão dos trabalhadores, a Gerência de Suporte Operacional das Agências (GSOA) do Itaú recuou e decidiu não mais obrigar seus gerentes gerais a cometer essa nítida prática antissindical.

O Sindicato cobrou uma postura do Itaú para que respeite os trabalhadores e sua luta legítima por melhores salários, condições de trabalho, de saúde, de segurança e por mais justiça e dignidade aos bancários e um melhor atendimento à população.

Ontem, as agências do Itaú em Ji-Paraná e em Cacoal tiveram os cartazes arrancados, mas hoje, com a presença maciça dos grevistas e do Sindicato na frente das unidades, nenhum cartaz foi arrancado.

“Jamais vamos admitir que o Itaú ou qualquer outro banco, seja público ou privado, tente tolher a legítima luta trabalhista, garantida na Constituição Federal e na Lei de Greve”, completou o dirigente.