Números do Brasil. Analfabeti​smo e emprego- Por David Nogueira

Nós, os letrados, cultos e intelectualizados, já perdemos a noção, na maioria das vezes, do que é ser analfabeto numa sociedade moderninha como a nossa.

Publicada em 26/12/2012 às 07:08:00

1. Olha aí, Seu Zé!!

Em seu primeiro mandato, o então barbudo Lula disse que o Brasil parecia um grande transatlântico em alto mar. O problema da nossa embarcação era o de andar a deriva em mar pouco afável. Seria necessário mudar o rumo desse navio e coloca-lo em uma nova direção. Um caminho bem diferente e capaz de criar outra realidade para os seus felizes tripulantes e sofridos passageiros. Em sua fala e sabedoria nordestina, o peão argumentava ser impossível fazer uma curva imediata de 90 graus para colocar o “barcão” no caminho correto. Para isso, era fundamental ter a coragem de segurar firme no leme e iniciar uma longa mudança de curso do navio chamado Brasil. Isso foi realmente feito??? Para aferir o resultado nesses últimos dez anos, só os números indicarão se tal coisa aconteceu ou não e, em acontecendo, foi bom ou ruim para os passageiros das classes C, D e E da nau canarinha.

2. Ser analfabeto! O que é isso?

Nós, os letrados, cultos e intelectualizados, já perdemos a noção, na maioria das vezes, do que é ser analfabeto numa sociedade moderninha como a nossa. Não estou falando em ser “analfa” numa sociedade simples, agrária, atrasada e medieval dos séculos passados. Estou falando de ser incapaz de ler e entender algo nos dias de hoje. Do viver e conviver com televisão, internet, bulas de remédio, placas de trânsito, ofertas de produtos, direitos, indicações de segurança e de convívio social...

Feche os olhos e se imagine nas ruas de Pequim na China... pensou??... olhou aquele monte de sinais sem dizer absolutamente nada para ti?? Saber que tua vida passa por aqueles símbolos e te sentires totalmente incapaz de interagir, usufruir direitos e administrar obrigações??? É mais ou menos assim que um analfabeto se sente andando em nossa cidade, nosso estado, nosso país.

3. Alguns números

Em 2011, o Brasil ainda possuía 8,6% de analfabetos dentro da população acima de 15 anos. Isso significa um total de 12,9 milhões de cidadãos. Um número ainda muito alto e inaceitável. No entanto, graças à mudança de rumo do “navio” iniciada em 2002, o quadro é de reversão. No ano de 2004, a taxa de analfabetismo era de 11,5%, isso significava um total de 17,25 milhões de brasileiros, acima de 15 anos, na condição de analfabetos. Hoje, quase cinco milhões de pessoas saíram das trevas e entraram em seu tempo com direito a ser cidadão pleno pelo simples fato de terem atingido o estágio de alfabetizado... legal! Isso, claro, não é tudo, mas é condição necessária para demais avanços.

4. Quem quer trabalhar?

O Brasil vive, na prática, seu período de emprego pleno. A taxa nacional de desocupação, ou seja, do povo que está em idade de trabalho e não consegue colocação, atingiu o seu nível histórico mais baixo: total de 6,7%, na prática, é quase um número de mão de obra circulante (a menor taxa está na região Sul – 4,3%, e a maior no Nordeste – 7,9%). Em 2004, esse número médio de desocupação nacional era de 8,9%. É bom considerar o dado que em muitos setores sobram vagas por ausência de profissionais habilitados e capacitados (petróleo, gás, engenharias diversas, tecnologia da informação, etc).

5. O Gini caiu!!!... você sabe o que é isso?

“O Coeficiente de Gini é uma medida de desigualdade desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini, e publicada no documento "Variabilità e mutabilità" ("Variabilidade e mutabilidade" em italiano), em 1912. É comumente utilizada para calcular a desigualdade de distribuição de renda, mas pode ser usada para qualquer distribuição. Ele consiste em um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda (onde todos têm a mesma renda) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa tem toda a renda, e as demais nada têm). O índice de Gini é o coeficiente expresso em pontos percentuais (é igual ao coeficiente multiplicado por 100).Enquanto o coeficiente de Gini é majoritariamente usado para mensurar a desigualdade de renda, pode ser também usado para mensurar a desigualdade de riqueza.” (Wikipédia)

Deu para entender, Zé?Em 2004, esse índice brasileiro registrava a marca de 0,559. Hoje, esse número está em 0,508, e em trajetória de queda. Isso significa na prática que o país está aplicando políticas que reduzem a concentração de renda. Por outras palavras, políticas que ajudam pessoas a melhorarem de vida. Graças a essas opções de governo, mais de 36 milhões de brasileiros avançaram na pirâmide social e tornaram o Brasil um país melhor, mais justo e solidário.Os números são resultado de decisões políticas. Essas decisões são resultado de escolhas feitas pelo povo no momento do exercício do voto. Esse caminho em que estamos interessa ao povo ou não? Quem não souber responder a essa pergunta, não compreenderá o tamanho da transformação que está em curso em nossas terras tupiniquins!!...E viva 2013!!Acho que vou gostar muito desse novo ano!