Operação Zagan: Os mais de três milhões de reais falsos apreendidos em 2010 seriam usados para comprar votos

Segundo o MPF, família Calixto formou uma organização criminosa que falsificava dinheiro juntamente com Júnior da Grafnort. Integravam o bando os filhos de Calixto, filhos Mário Neto e Milene.

Publicada em 17 de January de 2014 às 00:01:00

O Ministério Público Federal em Rondônia e a Polícia Federal apuraram que os mais de R$ 3 milhões de reais apreendidos em 2010 numa propriedade do ex-senador Mário calixto Filho, dono do jornal O Estadão do Norte, seriam utilizados na compra de votos nas eleições daquele ano.

O MPF ingressou na Justiça Federal com denúncia contra Mário Calixto Filho (proprietário do jornal Estadão do Norte), seus filhos Mário Calixto Neto e Milene Riva Calixto, seu sobrinho Mário André Calixto, além do falsificador José Ernandes Veloso Martins e do empresário Izaias Alves Pereira Júnior, conhecido como Júnior da Graff-Norte. Esta organização criminosa é apontada como responsável por produzir, em 2010, mais de três milhões de reais em notas falsas de cinquenta reais, que seriam postas em circulação no comércio ou usadas na campanha eleitoral daquele ano, supostamente na compra de votos.

No exame pericial, as notas falsas foram consideradas visualmente muito semelhantes às autênticas e possivelmente seriam aceitas como verdadeiras. A qualidade da impressão ocorreu por serem cuidadosamente fabricadas em máquinas impressoras profissionais (off-set) e com papel especial. O falsificador José Ernandes Veloso Martins seria o responsável por fazer o acabamento das cédulas falsas, aplicando-lhes imitação de número de série e marca d'água. Mas isto não chegou a ocorrer, segundo o apurado nas investigações.

Mário Calixto, condenado pela justiça, conseguiu fugir de Porto Velho no ano passado e reapareceu recentemente na Bolívia, portando um salvo-conduto de exilado político.

O empresário se envolveu em praticamente todos os escândalos de corrupção nos últimos anos em Rondônia, mas quando a justiça conseguiu encarcerá-lo, ele fingiu uma doença, foi internado no hospital Prontocord, de seu compadre, o médico José Augusto, e de lá, quando soube que seria transferido para um presídio federal, saiu tranquilamente pela porta da frente e só reapareceu recentemente na Bolívia.